Após ter sido retirado de sua casa e do seu país durante uma madrugada de junho de 2009 por militares, o ex-presidente hondurenho José Manuel Zelaya cruzou a fronteira de volta e refugiou-se na embaixada brasileira durante quatro meses, episódio que o fez conhecido nacionalmente. Mas aquele era apenas o começo da sua trajetória como principal opositor do Partido Nacional de Honduras, que se mantém no poder no país centro-americano desde 2010.
Hegel dizia que todos os granes fatos (e personagens) da história universal aparecem duas vezes. Marx complementou, dizendo que uma vez como tragédia, a outra como farsa.
Por Katu Arkonada*
A Aliança de Oposição de Honduras, coalizão de esquerda que apresentou Salvador Nasralla como candidato às eleições presidenciais convocou uma série de protestos contra a posse do presidente eleito Juan Orlando Hernández. Ele assumirá o cargo no próximo dia 27,mesmo sob inúmeras denúncia – inclusive de organismos internacionais – de fraude no processo eleitoral.
A população hondurenha nesta sexta-feira (12) saiu novamente às ruas de Tegucigalpa, capital de Honduras, para participar da marcha convocada pelo partido Aliança de Oposição Contra a Ditadura. Os manifestantes foram reprimidos pelas autoridades com gás lacrimogêneo.
Na última sexta-feira (5), como era esperado, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras anulou o recurso de nulidade apresentado pela Aliança da Oposição [coalizão de esquerda liderada pelo presidente deposto com um golpe, Manuel Zelaya] aos resultados das eleições gerais que aconteceram no dia 26 de novembro.
Por Ava Gómez Daza
Várias regiões foram palco de protestos contra o golpe eleitoral que assombra o país. Em comunicado da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o representante da entidade denúnciou e numerou as "intrusões humanas deliberadas" na contagem de votos e que colocam em dúvida o resultado das eleições, favorável para Juan Orlando Hernández
A contagem final do Tribunal Supremo Eleitoral deu a vitória a Hernández com 42,98% dos votos, contra 41,39% de seu rival, mas após uma “queda do sistema” de informática da contagem de votos e alegações de fraude eleitoral, Nasralla, respaldado por seus seguidores, não reconheceu o resultado e pediu a recontagem dos votos.
Por Fabrizio Lorusso*
A tensão e a crise política persistem nas Honduras, já que o Supremo Tribunal Eleitoral ainda não declarou o vencedor das eleições presidenciais realizadas no dia 26 de novembro. Várias forças policiais iniciaram, na segunda-feira (4), uma greve de "mãos para baixo", por não quererem reprimir o povo que protesta
As diferenças estruturais entre Brasil e Honduras são tão gigantescas que dificultam qualquer comparação. Seu PIB é inferior ao de vários estados brasileiros. A população é 20 vezes menor. O território, 53 vezes menor.
Por Paulo Moreira Leite*
Salvador Nasralla, da Aliança contra a Ditadura, afirma que o toque de recolher busca desviar a atenção da manipulação do resultado das eleições.
O governo de Honduras anunciou neste sábado (2) a declaração de um estado de exceção, sob o argumento de frear ações violentas e de vandalismo. O país amanheceu hoje sob um toque de recolher que se estenderá por 10 dias, em meio a uma crise social e política após denúncias de uma suposta fraude eleitoral em benefício do presidente e aspirante à reeleição, Juan Orlando Hernández.
O ex-presidende de Honduras Manuel Zelaya afirmou nesta sexta (1), por meio de sua conta no Twitter, que os dados divulgados pelo Tribunal Supremo Eleitoral de Honduras (TSE) sobre as eleições ocorridas no último domingo (26) foram manipulados