Após seis meses de regime golpista, o atual governo hondurenho rejeita a possibilidade de investigar as denúncias de violação de direitos humanos, como tortura, abuso sexual, assassinato e desaparecimento sem explicações, segundo o jornalista Rony Martínez, da Rádio Globo de Honduras, invadida e fechada por militares depois do golpe de 28 de junho do ano passado.
Advogados de organizações pró direitos humanos denunciaram perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que Honduras não está aplicando a anistia estipulada pelo Legislativo, para fechar as feridas abertas pelo golpe de Estado do dia 28 de junho de 2009. A anistia estaria valendo apenas para os que atuaram em favor da derrubada do presidente Manuel Zelaya, ma snão para os opositores dos golpistas.
O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto por um golpe militar, elogiou neste sábado (6) o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Para Zelaya, o venezuelano é o exemplo de renovação, inspiração e defesa da democracia na América Latina.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou que os Estados Unidos restabelecerão a ajuda a Honduras, ao considerar que o governo Porfirio Lobo deu "passos importantes e necessários" que mereceriam reconhecimento. A posição de Washington em relação a Honduras foi dúbia desde a derrubada do presidente Manuel Zelaya e terminou ajudando a consolidar o golpe. A reaproximação, portanto, já era esperada.
O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, exonerou nesta quinta-feira (25) o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Romeo Vásquez, que executou o golpe contra o presidente Manuel Zelaya em 28 de junho passado, e o forçou, sob a mira de fuzil, a deixar o país. Vásquez "passa à reserva", anunciou o presidente, que nomeou o general Carlos Antonio Cuéllar para a chefia do Estado-Maior conjunto.
O Ministério Público de Honduras pediu à justiça, nesta quarta-feira (24), a captura do ex-presidente Manuel Zelaya, de dois ex-ministros e outros dois ex-funcionários de seu governo, por supostos atos de corrupção. Da República Dominicana, onde se encontra desde 27 de janeiro, Zelaya afirmou que as acusações são falsas e classificou a atitude como "perseguição política" e "represália equivocada".
Ao se aproximar da sua casa, no bairro Brisas de Olancho, o sindicalista e integrante do Movimento de Resistência Nacional Julio Fúnez Benítez, 55 anos, foi abordado, na segunda-feira, 15, por dois homens numa motocicleta, que dispararam contra ele, aumentando o número de mártires em Honduras.
Em meio às discussões sobre a formação de uma Comissão da Verdade – conforme sugere o Acordo San José-Tegucigalpa – a violação aos direitos humanos, após a posse do presidente Porfirio Lobo, segue fazendo parte do cotidiano dos hondurenhos e hondurenhas.
Dois episódios de violência em Honduras, contra opositores do antigo regime de Roberto Micheletti e do atual governo de Porfírio Lobo, foram denunciados no fim de semana. Os crimes ocorreram na semana passada. No primeiro, dois cinegrafistas da Globo TV, que apoia o presidente deposto Manuel Zelaya, foram sequestrados e torturados. No segundo, a militante da Frente Nacional de Resistência Popular Vanessa Zepeda foi encontrada morta.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, propôs a criação de tribunais regionais para combater a impunidade em casos de crimes contra a humanidade e violações aos direitos humanos, depois que militares envolvidos no golpe contra ele foram absolvidos. Ele também criticou a falta de ação da comunidade internacional com relação ao golpe em Honduras.
Honduras mudou para sempre. Nosso povo, hoje alçado contra a ditadura do inimigo oligárquico e imperialista, converteu-se num gigante da dignidade, do sacrifício, da consciência. Nunca antes estivemos tão unidos aos setores populares, nunca se teve tanta consciência dos direitos dos pobres, nem se mostrou tão claramente a natureza exploradora, totalitária e assassina dos que foram donos do país e que hoje tremem perante a força esmagadora da Resistência Popular.
Por Juan Barahona*, em Resistir
Em Honduras simplesmente tomou posse do governo um golpista em substituição a outro. O cenário está igual no que se refere às estruturas de poder que o presidente Manuel Zelaya tentou mudar com reformas moderadas.
Por Ángel Guerra Cabrera*, em Alai