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Após apoio ao golpe, EUA retomam ajuda a Honduras

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou que os Estados Unidos restabelecerão a ajuda a Honduras, ao considerar que o governo Porfirio Lobo deu "passos importantes e necessários" que mereceriam reconhecimento. A posição de Washington em relação a Honduras foi dúbia desde a derrubada do presidente Manuel Zelaya e terminou ajudando a consolidar o golpe. A reaproximação, portanto, já era esperada. 

"Enviei uma carta ao Congresso dos EUA para notificar que vamos restabelecer a ajuda a Honduras", afirmou Hillary nesta quinta (04) em entrevista coletiva em San José, na Costa Rica. Os EUA suspenderam em setembro de 2009 mais de 30 milhões de dólares em ajudas diretas ao governo golpista de Roberto Micheletti, medida considerada insipiente ante o poder de pressão que os EUA poderia ter usado para encerrar o golpe. 

A chefe da diplomacia americana ressaltou que o governo de Honduras, que assumiu o poder em 27 de janeiro, teria dado passos importantes com a "normalização das relações" e o "fim" da crise aberta pelo golpe de Estado contra Manuel Zelaya, em junho do ano passado. "Fim" este que institucionalizou o golpe, à medida que as eleições ocorreram sob o regime golpista e sem que o presidente constitucionalemnte eleito voltasse ao posto que lhe era de direito.

"Outros países disseram que querem esperar, eu não sei esperar para que, mas estão em seu direito", acrescentou Hillary sobre a postura em relação ao governo eleito.

Na última quarta-feira (03), durante a visita da secretária americana ao Brasil, o chanceler Celso Amorim afirmou que "só os fatos e o tempo" vão fazer com que a situação se normalize em Honduras, e afirmou que não há prazo para que o Brasil reconheça o novo presidente Porfírio Lobo.
Durante entrevista coletiva no Itamaraty, ao lado da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, Amorim disse que o retorno no ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya teria grande valor simbólico para o país e para a região.

O chanceler brasileiro afirmou que aprecia o trabalho do presidente Lobo no que diz respeito à anistia e o fato de ter demitido o chefe do Estado Maior que estava envolvido diretamente ao sequestro de Zelaya. "Esses fatos são positivos", disse.

Além do retorno de Zelaya a Honduras, o governo brasileiro defende a volta do país à OEA (Organização dos Estados Americanos). Hillary Clinton endossou a posição do governo brasileiro, afirmando que é muito importante que Honduras retorne à organização.

Amorim disse a Hillary que é importante lembrar que muitos países latino-americanos passaram pelo "trauma de viver sob uma ditadura militar depois de um golpe de Estado", e que isso influencia sua reação ao episódio hondurenho.

Com agências