Os senadores que atuam contra o golpe travam uma verdadeira batalha na Comissão Especial do Impeachment para definir os ritos processuais e barrar a ingerência do governo de Michel Temer, que tem pressa na votação final do processo. Nesta quarta-feira (3), a comissão vai analisar o relatório do senador tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG), que votou pelo continuidade do processo de impeachment, e os votos em separado apresentados por senadores do PCdoB, PT, Rede e PDT.
Na leitura de seu relatório final sobre o processo de afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, nesta terça-feira (2), o senador tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG) votou pela continuidade do processo de impeachment no Plenário e mesmo propondo o julgamento de uma presidenta legitimamente eleita sem que ela tenha cometido crime, disse que "Dilma atentou contra a Constituição".
Por Dayane Santos
Enquanto milhares de manifestantes tomavam as ruas pelo Fora Temer e contra o retorcesso nos direitos, um dos líderes do Vem Pra Rua – braço da direita no apoio ao golpe –, Rogério Chequer, tentava explicar a baixa adesão à manifestação em apoio ao impeachment, convocada também para este domingo (31) na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo ele, a baixa já era esperada.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) rebateu com indignação manchete do jornal O Globo deste domingo (31) dando conta de que o PT desistiu de tentar salvar o mandato da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um processo de impeachment no Senado. “Querem passar a ideia de que acabou, de que não tem jeito, de que não adianta protestar. Pois eu quero dizer a eles, os que fizeram esse editorial, essa matéria. Eu estou lá no Senado. Nós não vamos desistir”, afirmou.
Promotores e legitimadores do golpe, a mídia monopolista espalha comentários para enfraquecer a resistência ao impeachment, que será votado em agosto no Senado. A assessoria de imprensa da presidenta Dilma Rousseff divulgou nota neste sábado (24) no Blog da Alvorada afirmando que Dilma manterá o diálogo com as instituições e a denúncia do golpe em viagens pelo Brasil. "Ä presidenta Dilma Rousseff segue firme e determinada na luta para voltar ao Palácio do Planalto".
Em carta a John Kerry, 33 parlamentares pedem ao secretário de Estado que se abstenha de declarações favoráveis a Temer. Embaixador brasileiro nos Estados UNidos tentar responder, mas é rebatido.
O ex-Advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, participou na tarde deste sábado (16) do “Diálogo que os UNE – Saídas para a Crise”, debate que integrou a programação do 64º CONEG.
Do ponto de vista formal, a presidenta eleita Dilma Rousseff está sendo submetida a um julgamento. Há espaço para testemunhas de defesa, acusação e, dentro de algumas semanas, os senadores darão seu veredito na comissão especial de impeachment.
Após a decisão do Ministério Público, que pediu arquivamento do processo das "pedaladas fiscais" contra Dilma Rousseff, senadores da base aliada entrarão com requerimentos para paralisar a Comissão do Impeachment no Senado.
O advogado da presidenta afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo, disse hoje (14) que o entendimento do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF/DF) de que não houve operação de crédito no atraso de repasses de recursos da União ao Banco do Brasil para o financiamento do Plano Safra 2015 é “demolidor” à tese do impeachment. O atraso foi um dos argumentos que motivaram o pedido de afastamento da presidenta.
Em entrevistas a rádios nesta terça-feira (12), o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff se mostraram otimistas com o resultado da votação do processo de impeachment no Senado Federal. De acordo com os petistas, o governo Temer não deve passar de agosto.
Nas marchas pelo impeachment de Dilma, muitos "midiotas" carregaram felizes os patinhos amarelos distribuídos gratuitamente – com recursos públicos do Sistema S – pela eterna golpista Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Por Altamiro Borges*