Nos cinco primeiros meses do governo Bolsonaro, representantes de empresas de armas foram recebidos uma vez a cada cinco dias
Ao implodir a indústria de infraestrutura nacional, a operação Lava Jato comandada por Sérgio Moro “limpou a área” para a atuação das empreiteiras estrangeiras.
Recessão e golpe empurram a indústria nacional para a pior crise de sua história. Em meio a dificuldades de manter o ritmo de recuperação da produção, 25.376 unidades industriais encerraram suas atividades de 2015 a 2018, conforme a CNC.
Ainda que haja setores da burguesia possíveis de se ser atraídos para um projeto de desenvolvimento nacional, tal atração somente poderia ser exercida por uma ação estatal de relevo.
As quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram queda
Os operários se deparam com previsões catastróficas sobre seu futuro diante da Revolução 4.0. Mas a robotização desenfreada – antes de confirmar sua supremacia – pode ter pela frente um caminho acidentado.
Enquanto a produção industrial no resto do mundo cresceu 10% desde 2014, a atividade nas fábricas brasileiras despencou 15% nesse período. O País está longe de recuperar o patamar industrial em que estava antes da recessão de 2015/2016. Com o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) e os governos entreguistas de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL), a situação se agravou: o Brasil corre o sério risco de deixar de estar entre os dez maiores países industriais do mundo.
A produção industrial brasileira recuou 0,3% na passagem de junho para julho, o terceiro resultado negativo consecutivo. É o que apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, a perda acumulada é de 1,7%.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)vai reinstalar, na próxima segunda-feira (12), a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval. A proposta de relançamento foi uma iniciativa de três sindicatos de trabalhadores metalúrgicos no estado (Angra dos Reis, Niterói e Rio de Janeiro), bem como de entidades patronais ligadas ao setor.
O Brasil ficou para trás em automação industrial nos dez anos entre 2008 e 2017, quando se olha para esse movimento na comparação internacional. Na opinião de especialistas, o País, com pequeno estoque de robôs industriais, terá dificuldade para ingressar na chamada 4ª Revolução Industrial (ou Revolução 4.0).
Temos questionado há bastante tempo a desindustrialização, a estagnação econômica, o desemprego e a redução dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. É, portanto, muito oportuna a reportagem “Número de indústrias fechadas em São Paulo é o maior em uma década”, publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, em 21 de julho de 2019.
Por Miguel Torres*