A 4ª Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0, deve abalar o mercado de trabalho no Brasil. Graças à crescente utilização de robôs e da inteligência artificial nos mais diversos serviços, cerca de 30 milhões de empregos formais devem ser eliminados até 2026. É o que aponta um estudo inédito do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB).
Na sequência do recuo de 1,8% em setembro, a produção industrial praticamente não saiu do lugar em outubro, quando registrou um avanço de míseros 0,2%, estacionando num nível inferior ao verificado em abril deste ano. A situação deverá se agravar no governo de Bolsonaro, onde Paulo Guedes, futuro minstro da Economia, valoriza os banqueiros e despresa a indústria nacional.
Estudo do Fundo Monnetário Internacional (FMI) mostra importância de políticas públicas para inovação.
Na disputa entre a indústria e o mercado financeiro no interior do governo Jair Bolsonaro, os trabalhadores podem levar a pior. Insatisfeito com o projeto da futura gestão de incorporar o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) ao Ministério da Economia, o setor produtivo sugeriu a criação do Ministério da Produção, Trabalho e Comércio. Caso a pressão surta efeito, a nova pasta deverá desequilibrar ainda mais a já desigual ralação entre capital e trabalho.
“Vamos salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”, afirmou Paulo Guedes, futuro ministro da Economia anunciado porJair Bolsonaro. Para isso o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) deixará de existir. Para o analista político Marcos Verlaine e sindicalistas, o movimento do novo governo pode ser um golpe para a indústria. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a decisão.
Por Railídia Carvalho
O setor produtivo brasileiro está preocupado com o descaso do candidato Jair Bolsonaro (PSL) com a indústria nacional. Para representantes de entidades da área, o postulante só dialoga com o setor financeiro e há incertezas em relação a itens de seu programa de governo.
O Brasil tem um grande desafio para as próximas décadas: modernizar seu parque produtivo para superar as pressões externas e internas de que o Brasil siga na condição de mero exportador de matérias-primas – também chamadas de commodities. Por isso, o Plano de Governo de Haddad propõe fomentar a reindustrialização com uma alta taxa de investimento, valorizando também as commodities, mas sem deixar que determinem a economia do país.
O Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil) lançou, na última sexta-feira (14), um documento que traça um plano para fortalecer a indústria nacional nos próximos dez anos. O objetivo é defender uma política industrial alinhada com a preservação do meio ambiente, promover o desenvolvimento regional e empregos de qualidade.
Lobby da Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer que governo federal reduza programa responsável por inserir jovens de 14 a 18 anos no mercado de trabalho.
Debate sobre mudanças na produção de bens de consumo e indústria 4.0 é necessário para que o Brasil avance em sua busca pelo desenvolvimento. Ficar para trás agora pode significar além de anos de atraso, a oficialização do país como exportador de insumos básicos, sem nenhuma relevância na construção social e econômica do planeta.
A indústria brasileira não é prioridade para o atual governo. Sinal disso é a flexibilização da política de conteúdo local. O jornal O Globo desta quarta (18) informa que onze petroleiras – incluindo a Petrobras – já pediram à Agência Nacional do Petróleo (ANP) mudança em 57 contratos, para reduzir as exigências de participação mínima da indústria nacional no setor. Caso a agência aprove os aditamentos, como já vem fazendo, será mais um golpe na já combalida cadeia local de fornecedores.
A indústria em São Paulo fechou vagas de emprego, pelo segundo mês consecutivo. Foram encerrados 11,5 mil postos de trabalho em junho, o que representa uma queda de 0,53% frente a maio, na série sem ajuste sazonal. Com o ajuste sazonal, o resultado para o mês também ficou negativo, (-0,27%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (17) pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).