Clemente Ganz Lúcio, diretor Técnico do DIEESE, comenta o novo salário mínimo que em 2017 tem reajuste abaixo da inflação de 2016.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou o ano passado com resultado acumulado de 6,58%, acima da meta fixada pelo Banco Central, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2016 com alta acumulada de 6,29%, abaixo do teto da meta inflacionária de 6,5% fixada pelo Banco Central.
Dois índices divulgados esta manhã (6) mostram que o único “troféu” que a “equipe dos sonhos ” da economia do Governo Temer podia exibir em meio à ruína econômica do Brasil está perigando.
Por Fernando Brito
O custo da cesta básica aumentou nas 27 capitais brasileiras no acumulado de 2016, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas ocorreram em Rio Branco (23,63%), Maceió (20,69%) e Belém (16,70%). As menores variações foram em Recife (4,23%), Curitiba (4,61%) e São Paulo (4,96%).
Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que famílias de renda mais baixa continuam a ser as mais afetadas pela inflação na cidade de São Paulo.
Os preços dos alimentos são o grande vilão da inflação nos últimos cinco anos, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De 19 itens do grupo de alimentação que compõe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 17 tiveram variação acima da variação geral do índice, de 55,5% – percentual acumulado de janeiro de 2010 a maio de 2016.
A presidenta eleita Dilma Rousseff teceu várias críticas à política econômica do governo provisório de Michel Temer. Em entrevista à Rádio Capital, de São Paulo, ela fez questão de frisar que, se há redução da inflação, ela decorre de medidas adotadas ainda na sua gestão e que mostram seus resultados somente agora.
Uma das características mais marcantes do governo interino é a efetiva autenticidade de sua equipe econômica. Com Temer no poder, a turma do financismo deixou de operar por meio de intermediários.
Por Paulo Kliass*
Os preços da cesta básica aumentaram em 26 das 27 capitais no mês passado, segundo pesquisa do Dieese. A exceção foi Manaus (-0,54%). As principais altas foram registradas em Florianópolis (10,13%), Goiânia (9,40%), Aracaju (9,25%) e Porto Velho (8,15%). De acordo com o instituto, três alimentos subiram em todas as cidades: feijão, leite e manteiga.
O Banco Central sinaliza que foram registrados avanços no combate à inflação, mas ainda existem riscos no processo de combate à alta dos preços, segundo avaliação do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na ata da última reunião. Na ocasião, o colegiado manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano, pela sexta vez consecutiva.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em março, na comparação com fevereiro. A maior redução foi no Recife (0,95 ponto percentual, ao passar de 1,29% em fevereiro para 0,34% em março).
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação dos produtos e serviços mais consumidos por famílias de baixa renda desacelerou em fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação dos preços dessa cesta para quem ganha até 2,5 salários mínimos mensais, ficou em 0,73% no segundo mês de 2016, bem abaixo do 1,91% verificado no mês anterior.