A onda deletéria neoliberal esvaziou a democracia em todo o mundo e tornou a Economia diretamente em Política, sem maiores mediações, para impor os interesses do sistema financeiro.
Por Walter Sorrentino*
Ao contrário do que o financismo nos faz crer, não é a rubrica previdenciária aquela que se apresenta como a maior deficitária na contabilidade da União.
Por Paulo Kliass*
A liberdade oferecida aos bancos continua mantendo o Brasil na condição de líder mundial no quesito juros, com a maior taxa real do planeta.
Por Paulo Kliass*
Num país onde a taxa de juros é uma indecência legalizada, ninguém tem o direito de criticar a redução de 0,75% anunciada pelo Copom. (Pode-se até reivindicar uma redução maior – mas o debate, aqui, não é este).
Economista Lara Resende analisa, em artigo no jornal Valor Econômico, que “desde a estabilização da inflação crônica, com o real – e já se vão mais de 20 anos –, a taxa básica de juros no Brasil causa perplexidade entre os analistas”, e questiona: “por que tão alta?”.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou mais uma vez as expectativas do mercado e reduziu novamente a taxa básica de juros, desta vez com mais intensidade, em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. Foi o terceiro corte seguido – os anteriores haviam sido de 0,25 ponto cada. A decisão foi unânime e sem viés.
Após a redução tímida da Selic, a taxa média de juros das operações de crédito caiu entre novembro e dezembro de 2016, segundo dados divulgados nesta segunda (9) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Os juros do cheque especial, contudo, continuaram a subir e são os maiores desde 1999.
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao recorde de 482,1% ao ano, em novembro, informou nesta quinta-feira (23) o Banco Central (BC). A taxa subiu 6,3 pontos percentuais em relação a outubro e foi a maior da série histórica iniciada em março de 2011. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão.
Um dos principais meios de consumo, o cartão crédito continua nas alturas com uma taxa de 459,53% ao ano com alta de 0,26% acima da registrada em outubro último, segundo pesquisa feita em seis modalidades pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu nesta quarta (30) pela segunda vez seguida a taxa básica de juros (Selic), em 0,25% ponto percentual. A taxa, que estava em 14%, caiu para 13,75% ao ano. A decisão foi unânime e ocorreu no dia em que o IBGE divulgou que o Brasil aprofundou a recessão no terceiro trimestre de 2016. Diante do cenário, trabalhadores e empresários criticaram a timidez na queda da Selic. Mesmo com o corte, o país segue líder mundial de juros.
Os juros dos cartões de crédito poderão ser limitados a duas vezes a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), conforme o Projeto de Lei do Senado (PLS) 407/2016, aprovado nesta terça-feira (29) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A taxa do CDI mantém-se próxima à Selic e, em novembro de 2016, corresponde a cerca de 14% ao ano. Assim, se o projeto fosse transformado em lei hoje, a taxa anual dos cartões de crédito ficaria limitada a 28%.
Mesmo que a taxa básica de juros da economia brasileira não tenha aumentado no período, a taxa de juros média do cartão de crédito rotativo subiu em setembro, atingindo 480,3% ao ano. É um recorde da série histórica medida pelo Bando Central desde julho de 1994. Em agosto, os juros estavam em 475% ao ano. Os dados refletem a omissão do Banco Central, que deveria regular o mercado de crédito.