A ausência do procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, em debate realizado nesta terça-feira (10), na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara foi criticada por deputados da esquerda.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
Há três meses, uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil e seus parceiros vem revelando a forma como procuradores da República e o então juiz Sergio Moro utilizaram politicamente a Operação Lava Jato. No entanto, apesar das revelações publicadas pela imprensa brasileira, até o momento não houve sanções aos envolvidos.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
O registro de dados de contribuintes acessados por servidores da Receita Federal no início da Lava Jato foi apagado. É o que aponta um documento do Serviço Federal de Processamentos de Dados (Serpro), obtido pelo jornal Folha de S. Paulo.
Procuradores da Lava Jato desconsideraram uma grave denúncia de manipulação de escolha do relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde outubro de 2016. O relato da fraude foi feito por Cunha ao propor delação premiada. O procurador Orlando Martello mencionou supostas “bolas mais pesadas no sorteio da relatoria” do Conselho de Ética, conforme mensagens do Telegram obtidas pelo site The Intercept e analisadas pelo UOL.
O lançamento da candidatura de Augusto Aras à PGR (Procuradoria-Geral da República), em abril, deixou os procuradores da Lava Jato e colegas deles de outras regiões do país em polvorosa, diz ela.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, e integrantes da Lava Jato tentaram indicar para a chefia da PGR (Procuradoria-Geral da República) um nome fora lista tríplice e se deram mal. Deltan Dallagnol era a aposta. O próprio presidente Jair Bolsonaro confirmou que ouviu sugestão para indicá-lo, mas o julgou um xiita ambiental.
Por Kennedy Alencar
Os seis procuradores que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República pediram demissão coletiva na noite desta quarta-feira (4).
O procurador Deltan Dallagnol planejou se candidatar ao Senado nas eleições 2018, revelam mensagens trocadas via Telegram e entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Num chat consigo mesmo, que funcionava como espaço de reflexão do procurador, ele se considerou “provavelmente eleito”. Também avaliou que a mudança que desejava implantar no país dependeria de “o MPF lançar um candidato por Estado” – uma evidente atuação partidária do Ministério Público Federal, proibida pela Constituição.
Investigação da agência Pública em parceria com o Intercept analisou diálogos em que procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato pede recursos para empresários e indica doadores para o Instuto Mude, que teria função de combater a corrupção.
Por Alice Maciel, Bruna de Lara, Agência Pública/The Intercept Brasil
Lavajatismo e bolsonarismo são fenômenos que se confundem. Seus valores são praticamente os mesmos: moralismo exacerbado, messianismo, criminalização da política, ojeriza a evidências científicas e desprezo ao que se convencionou a chamar de estado democrático de direito. Tudo temperado com um maniqueísmo adolescente e com uma profunda, bizarra e constrangedora indigência intelectual.
Por Gustavo Freire Barbosa
Procuradores da Lava Jato usaram vazamentos com o objetivo de manipular suspeitos, fazendo-os acreditar que sua denúncia era inevitável, mesmo quando não era. O intuito, eles disseram explicitamente em chats do Telegram, era intimidar seus alvos para que fizessem delações. Além de eticamente questionável, esse tipo de vazamento prova que o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, mentiu ao público ao negar categoricamente que agentes públicos passassem informações da operação.
Os advogados do ex-presidente Lula entraram nesta quarta-feira (28) com pedido de habeas corpus para que o STF (Supremo Tribunal Federal) estenda a ele a decisão de anular sentenças condenatórias do ex-juiz Sergio Moro. Na terça (27), a 2ª Turma do STF derrubou decisão de março de 2018 de Moro que condenou Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, a 11 anos de prisão.