Milhares de pessoas cantavam em homenagem ao ex-presidente na chegada do helicóptero na sede da PF em Curitiba, mas polícia reprimiu ato com bombas de efeito moral e gás
Por Vinícius Segalla
Apesar de uma proibição judicial, movimentos sociais organizam caravanas para manter vigília diante da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde desde a noite de sábado (7) está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Boletim divulgado neste domingo (8) pelo Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia informou que "ele dormiu tranquilamente e não foi maltratado pelos agentes do local" e "continua sereno e tranquilo".
Pouco antes de deixar o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para se entregar à Polícia Federal, o ex-presidente Lula gravou um vídeo ao lado de Frei Betto. No registro, ele afirma que está "muito tranquilo e muito de bem" com sua consciência. "A decretação da prisão é porque eu sou o sonho de consumo de Moro", disse. "Eles não querem política de ascensão social", resumiu. Ssegundo o petista, contudo, "pode demorar um pouco, mas vamos vencer essa batalha"
Neste sábado (7) o ex-presidente Lula se entregou à justiça para cumprir a ordem de prisão do juiz Sérgio Moro. Porém, antes, pediu à militância que continua sua luta e saiu confiante, carregado nos braços do povo, ao som da canção “Apesar de você”.
A atuação de boa parte da imprensa brasileira impondo uma narrativa massificada anti-Lula foi o principal combustível da mobilização das forças antidemocráticas na prisão do ex-presidente Lula na noite deste sábado (7). O resultado está refletido nas capas dos jornais deste domingo (8).
Antes de anunciar que se entregaria à Justiça neste sábado (7), o ex-presidente Lula fez um discurso histórico no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Leia a fala na íntegra:
O discurso do líder brasileiro como vítima de uma perseguição política está na imprensa estrangeira, que destaca ainda o favoritismo dele para as eleições presidenciais de outubro.
Por Olímpio Cruz Neto*
Lula foi condenado sem provas, e seu julgamento em segunda instância foi acelerado só para inviabilizar sua candidatura.
Por Guilherme Boulos e Manuela D´Ávila*
A militância que aguardava desde cedo o ex-presidente Lula, de carro, não arredou o pé do portão de Embarque de Autoridades. Mesmo Lula chegando de helicóptero, o povo continuou sua solidariedade e o aplaudiu na chegada.
Em nota divulgada na noite deste sábado (7), o PCdoB avaliou que Lula está sendo preso porque “governou para os pobres”, “lançou as bases de um ciclo de desenvolvimento soberano, democrático e de progresso social” e está à frente nas pesquisas. Para o partido, o ex-presidente é um preso político e estão em jogo a democracia, a soberania e os direitos sociais. Nesse sentido, os comunistas defendem amplitude, mobilização e luta pela liberdade de Lula.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, a pé, às 18h45, neste sábado. Impedido mais cedo, por militantes que não aceitam a sua prisão, de sair do local de carro, ele foi andando para fora do sindicato e entrou em um dos carros da Polícia Federal, que foi escoltado. O destino ainda não foi divulgado.
A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, subiu ao carro de som em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em são Bernardo do Campo, por volta das 17h, para pedir à militância que deixe Lula sair para se entregar à Polícia Federal. Mais cedo, ele foi impedido de dair do prédio. Segundo Gleisi, a Polícia Federal deu meia hora para que o impasse seja resolvido.