Para o escritor e jornalista Fernando Morais, a tentativa de tirar Lula das eleições presidenciais de 2018, a partir de condenação judicial articulada pela Lava Jato, é parte da estratégia de consolidação do golpe que derrubou a presidenta Dilma em agosto passado.
Os promotores que apresentaram denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram uma "litania" de acusações, mas foram econômicos ao apresentar as provas – o que pode colocar em xeque o futuro da Operação Lava Jato. Assim descreve o diário americano Chicago Tribune a entrevista coletiva do Ministério Público Federal do Paraná transmitida ao vivo pela TV na última quarta-feira (14).
Depois da evidente ação política do Ministério Público Federal do Paraná, na última quarta-feira (14), que apresentou denúncia sem prova contra o ex-presidente Lula, setores da grande mídia tentam desconstruir o fato, afirmando que as palavras dos procuradores foram descontextualizadas.
Por Dayane Santos
Nem mesmo a Ordem dos Advogados do Brasil, que apoio o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, se posicionou contra o que considera ser um abuso do procurador Deltan Dallagnol contra o ex-presidente Lula e outros denunciados na Lava Jato.
Em artigo, o jurista Dalmo de Abreu Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da USP descreve como "circo", a forma da denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná contra o ex-presidente Lula. Para o professor, houve uma exibição "espalhafatosa" e "espetacularmente uma farsa jurídica" que gerou muitas críticas, diz Dallari.
Para comunistas, tentativa dos procuradores ligados à Operação Lava Jato é criminalizar o projeto popular e democrático iniciado no governo Lula e impedir o ex-presidente de disputar as eleições em 2018.
Por: Christiane Peres
O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, sediada em Curitiba, acaba de escancarar o seu objetivo maior, aliás, torna ostensiva a razão de ser dessa Operação: apontar que o “comandante máximo” do esquema de corrupção identificado na Lava Jato é o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Por Renato Rabelo*, em seu blog
A defesa do ex-presidente Lula entrou com uma ação nesta quinta-feira (15) no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra "graves desvios funcionais" cometidos por procuradores que apresentarama denúncia contra o petista na quarta-feira (14). O anúncio foi feito pelo advogado Cristiano Zanin Martins logo após a coletiva de Lula.
Em vídeo postado nas redes sociais, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse que a denúncia apresentando pelo Ministério Público Federal do Paraná, nesta quarta-feira (14), "foi um atentado fascista à democracia brasileira".
As acusações infundadas da Força Tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentadas em espalhafatosa coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), ganharam destaque em alguns dos principais jornais do mundo tanto pela gravidade das acusações quanto pela ausência de provas que as sustentem.
Por Diego Sartorato, na AGPT
Pelas redes sociais, a repercussão entre os juristas da coletiva comandada pelo promotor Deltan Dallagnol, nesta quarta-feira (14), foi muito negativa. Para Samuel Barbosa, professor do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP, Lula foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro, mas a coletiva de Dallagnol serviu para outra coisa.
“Indignado”. Assim resumiu o ex-presidente Lula em coletiva de imprensa na qual se pronunciou sobre a denúncia do Ministério Público Federal, apresentada nesta quarta-feira (14) contra ele. Lula rebateu as acusações e reforçou que a sua trajetória de conquistas e compromisso com o país lhe deram o direito de “andar de cabeça erguida” e desafiou: “Provem uma corrupção minha que irei a pé me entregar à polícia”.
Por Dayane Santos