Os vazamentos de áudios envolvendo o presidente golpista Michel Temer (PMDB) e Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, foram veiculados em primeira mão pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, por volta das 19h da noite desta quarta-feira (17). A principal acusação era de que Temer teria autorizado a compra do silêncio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na prisão. Em seguida, o Plantão da Globo anunciou o escândalo e prometeu dar detalhes no Jornal Nacional.
Por Norma Odara Fes
Após indentificar indício de crime de responsabilidade, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve protocolar pedido de abertura de processo de impeachment contra Michel Temer no início da próxima semana.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) anunciou, neste sábado (20), que vai romper com o governo Temer e pedir sua renúncia. A decisão veio no terceiro dia da crise politica impulsionada pela delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, depois de apresentar à justiça gravações que mostram o envolvimento do presidente em exercício em corrupção e organização criminosa.
Neste domingo (21) milhares de pessoas sairão às ruas de todo o Brasil para pedir a imediata renúncia de Michel Temer da presidência da República e convocação de eleições diretas. Os atos convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estão previstos para acontecer em mais de 30 municípios do país.
O presidente em exercício, Michel Temer, fez um pronunciamento em cadeia nacional neste sábado (20), para anunciar que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão do inquérito aberto com a autorização do ministro Edson Fachin para investigá-lo por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. Para se defender, colocou em xeque a autenticidade do conteúdo das gravações divulgadas por Joesley Batista, dono da empresa JBS.
"Parte do grupo está preso, parte está no poder", afirmou às autoridades Joesley Batista, dono da JBS, sobre os líderes do PMDB na Câmara que comandavam o esquema de propinas com sua empresa. A emblemática frase deixa claro como a relação umbilical entre Michel Temer, a parte do grupo "no poder", e Eduardo Cunha, deputado cassado e integrante do núcleo que "está preso", não foi rompida com a ascensão do atual presidente da República.
"Parte do grupo está preso, parte está no poder", afirmou às autoridades Joesley Batista, dono da JBS, sobre os líderes do PMDB na Câmara que comandavam o esquema de propinas com sua empresa. A emblemática frase deixa claro como a relação umbilical entre Michel Temer, a parte do grupo "no poder", e Eduardo Cunha, deputado cassado e integrante do núcleo que "está preso", não foi rompida com a ascensão do atual presidente da República.
O presidente ilegítimo Michel Temer foi flagrado num grande esquema de corrupção, a gênese de seu governo. O áudio do golpista dando anuência à mesada da JBS para o preso Eduardo Cunha em troca do silêncio é grave. O mínimo que poderia fazer, em respeito à nação brasileira, seria renunciar logo.
Por Alice Portugual
O presidente ilegítimo Michel Temer foi flagrado num grande esquema de corrupção, a gênese de seu governo. O áudio do golpista dando anuência à mesada da JBS para o preso Eduardo Cunha em troca do silêncio é grave. O mínimo que poderia fazer, em respeito à nação brasileira, seria renunciar logo.
Por Alice Portugual
A delação de Joesley e Wesley Bastista envolvendo Michel Temer tem provocado debandada entre apoiadores do peemedebista. Depois de políticos aliados e de parcela da grande mídia começarem a abandoná-lo, Temer agora pode perder a adesão de empresários, desconfiados de que ele não tem mais condição de fazer as reformas que interessam aos donos do dinheiro. Walter Schalka, presidente do grupo Suzano, um dos maiores conglomerados industriais do país, agora fala em "transição de governo imediata".
Uma conjunção de forças dominantes em nosso país tramou e consumou o golpe de Estado em 2016 na ânsia e no ímpeto de capturar o poder central e implantar uma ordem conservadora e retrógrada divorciada da soberania popular, de costas à voz das urnas.
O presidente Michel Temer não tem como se sustentar politicamente e, se não renunciar, a cassação de seu mandato, pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 6 de junho, é hoje a hipótese mais próxima de se concretizar, avalia o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).