O senador Paulo Paim (PT-RS) alertou as condições desfavoráveis de governabilidade para Michel Temer, após a divulgação na imprensa do conteúdo das delações da JBS, segundo a qual Temer deu aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou a íntegra das delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, que foram homologadas pelo ministro Edson Fachin. São cerca de 2 mil páginas. As oitivas foram gravadas em vídeo.
Por Dayane Santos
Para um dos mais renomados constitucionalistas brasileiros, professor emérito de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Dalmo Dallari, as revelações trazidas pela gravação da conversa entre o empresário da JBS e Michel Temer deixa o governo numa condição insustentável, sendo a renúncia a única alternativa. Ele também afirma que o governo só será legítimo com a realização de eleições diretas para a escolha de um novo presidente.
Por Dayane Santos
Apesar de tentar manter uma aparente normalidade, as revelações trazidas pela delação do empresário da JBS abalaram a frágil estrutura do governo de Michel Temer. Pelo segundo dia consecutivo, o Planalto decidiu cancelar a agenda de compromissos, entre os quais a reunião com os comandantes militares e o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
A mídia francesa exibe imagens dos brasileiros nas ruas, nesta quinta-feira (18), à noite aos gritos de "Fora Temer" e "Diretas Já" em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras capitais do país.
No pronunciamento em que descartou renunciar, o presidente Michel Temer tentou se agarrar a uma suposta melhora da economia como forma de permanecer no poder. “Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país”, disse. Para o economista Paulo Kliass, o discurso não se sustenta, pois, ao contrário do que diz a gestão, não há recuperação sustentada da economia. Para ele, a instabilidade gerada pela crise política paralisa o país e deve agravar a crise.
A crise do governo está instalada e a frágil base aliada do governo se esfacelou com as revelações da conversa gravada pelo empresário da JBS em que Michel Temer endossa a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Até a instituição financeira Morgan Stanley já avaliou que a agenda de reformas que o atual governo pretendia levar adiante está morta, até o início de um novo ciclo político. A análise acontece um dia após a revelação de que o presidente Michel Temer teria dado seu aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Isolado, com aliados abandonando o governo, Michel Temer (PMDB) fez um pronunciamento no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (18), no qual afirmou: “Não renunciarei”. A crise política do governo foi resultado da denúncia de que ele teria endossado a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), feita por delatores da JBS.
Há apenas uma solução: convocar a fonte do poder legítimo para declarar sua vontade em um pleito direto para presidente ou até mesmo eleições gerais.
Por Pedro Paulo Zahluth Bastos*
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer. Com isso, Temer passa à condição de investigado na Operação Lava Jato. As especulações de uma eventual renúncia aumentaram com a decisão do Supremo.
O governo que foi alçado ao poder prometendo salvar a economia não só não consegue encerrar a recessão, como agora é responsável por tumultuar de vez o cenário. A revelação de que o presidente Michel Temer deu aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha lançou o país na incerteza, com repercussões imediatas. O pregão da Bolsa de Valores de São Paulo chegou a ser interrompido após cair mais de 10%, as ações de empresas brasileiras em mercados internacionais despencaram e o dólar disparou.