Outra delação premiada de executivo da Odebrecht abalou os ânimos do governo de Michel Temer, nesta sexta-feira (09). O alvo, agora, foi o amigo do atual presidente, advogado José Yunes, que teria recebido R$ 10 milhões da empreiteira para as campanhas do PMDB em 2014. O repasse teria sido acertado em jantar com Temer e Eliseu Padilha no Palácio Jaburu, em maio de 2014. A informação é de Severino Motta, do BuzzFeed.
Enquanto Michel Temer (PMDB) diz que é dono de 50% dos votos que elegeram Dilma Rousseff presidente e que, portanto, é legítimo, sua política não consegue nem se sustentar numa simples enquete nas redes sociais.
Com um pacote de maldades que tenta impor por meio da reforma da Previdência, em que para se aposentar o trabalhadores deverá ter contribuído por pelo menos 49 anos, Michel Temer fez um discurso nesta sexta-feira (9), para dizer que o remédio é amargo, mas necessário.
Além da acusação de grilagem de terras, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) também é acusado de ser o mandante de agressões físicas à família com quem disputa a propriedade de um terreno em Palmares do Sul, no litoral gaúcho. No dia 30 de agosto deste ano, o empresário João Perdomini, de 76 anos, registrou queixa na sede da Polícia Civil dizendo ter sido agredido e ameaçado de morte por pessoas ligadas a Padilha.
Em mais de seis meses de governo, Michel Temer fez na surdina sua primeira viagem ao Nordeste e se deparou com o que temia: protesto. Apesar de um forte aparato de segurança, a passagem de Temer por Caruaru, em Pernambuco, nesta sexta-feira (9), foi marcada por manifestações e atos contra o governo golpista.
O governo de Michel Temer (PMDB) se demonstra cada vez mais refém de seu próprio golpe. Sua conspiração para tomar o poder manobrando com o PSDB do senador e candidato derrotado Aécio Neves não resultaram na “pacificação” que ele disse buscar em seu discurso pós golpe. Pelo contrário, Temer não consegue dar um passo sem que os tucanos aprovem, mas por outro lado, a sua base no Congresso Nacional, o chamado “Centrão”, também quer ditar seus passos.
Representantes dos movimentos sociais protocolaram nesta quinta-feira (8) na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment contra Michel Temer. O documento é assinado por organizações da sociedade civil e juristas, como CUT, UNE, MST e MTST, além de contar com o apoio de partidos da oposição.
Ministro nos governos Lula e Dilma – deixou o cargo definitivamente em outubro de 2015 –, Carlos Eduardo Gabas concorda com a necessidade de atualização das regras da Previdência Social, mas critica a proposta do governo Temer, como diz, na forma e no conteúdo.
Michel Temer já está no poder há mais de seis meses e a crise política não foi estancada. Analistas, sejam eles economistas, cientistas políticos ou da própria imprensa nem mais arriscam prever o futuro próximo da frágil democracia brasileira.
"Quando é para massacrar o povo, os mais pobres, os aposentados, as viúvas, os funcionários públicos, retirar direitos sociais e previdenciários dos brasileiros, congelar os gastos com saúde e educação por dezenas de anos, ele é muito Macho”.
Por *Arruda Bastos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello se queixou da demora na Câmara dos Deputados em instalar uma comissão especial para analisar o pedido de impeachment do presidente Michel Temer, conforme liminar concedida pelo magistrado em abril passado.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desarticulou o processo de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55. Boa parte das comissões não realizou suas atividades na manhã desta terça e a sessão do Congresso também foi cancelada.