Em reunião com líderes da base do governo, o presidente Michel Temer anunciou, nesta segunda-feira (5), que enviará a reforma da Previdência nesta terça-feira (6) ao Congresso Nacional. Em um discurso pautado pelo terrorismo social, ele reconheceu que se trata de um tema “espinhoso” e deu poucos detalhes sobre a proposta. Apenas adiantou que o texto estabelece idade mínima para aposentadoria de 65 anos e uma transição a partir dos 50 anos.
Organizações da sociedade civil brasileiras vão denunciar nesta terça (6) os efeitos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela o investimento em programas sociais, saúde e educação por vinte anos, em audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O governo Dilma foi incompetente no plano econômico; o governo Temer é irresponsável. Começou irresponsável ao imediatamente aprovar grandes aumentos de salários para o Judiciário. Continua irresponsável ao nada – absolutamente nada – fazer para tirar o país da recessão.
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira*
As manifestações deste domingo contra a corrupção e em apoio à Lava Jato emparedaram o Congresso e especialmente o presidente do Senado, Renan Calheiros, um dos alvos dos protestos, que em nota algo enigmática pareceu admitir o adiamento da votação do projeto sobre abuso de poder, apontado pelo juiz Sergio Moro como ameaça à Lava Jato.
Com a generosa cobertura da mídia falsamente moralista – em especial da TV Globo –, milhares de pessoas voltaram às ruas neste domingo (4) para defender os abusos da Lava-Jato e para endeusar o “carrasco” Sergio Moro. As “marchas contra a corrupção” ocorreram em cerca de 200 cidades. Elas foram organizadas por várias grupos golpistas, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua.]
Por Altamiro Borges*
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido de liminar na qual o presidente da República, Michel Temer (PMDB), pretendia suspender o trâmite de todos os processos e os efeitos de decisões que tratam da outorga ou renovação de concessões de rádio e TV a empresas que tenham como sócios titulares de mandado eletivo.
Em nota oficial, a AGU (Advocacia-Geral da União) rechaçou a viabilidade da sugestão de Michel Temer ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero no episódio da construção do condomínio La Vue em Salvador: o assunto não poderia "em nenhuma hipótese" ser encaminhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a advogada-geral da União, Grace Mendonça.
Até quando ele terá utilidade? Enquanto essa pergunta ronda os ares em busca de uma resposta, presidente sobrevive, mais do que nunca, nas mãos dos artífices do golpe.
Por Eric Nepomuceno*
João Sicsú, economista, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, fala sobre os rumos da economia no Brasil. Segundo Sicsú, a aposta do governo Temer no mercado financeiro e no setor privado tem graves consequências para a sociedade e o trabalhador, entre elas o desemprego crescente. Para ele, o momento é de organização e de manifestações contra o governo e enfrentar a retirada de direitos sociais.
O noticiário econômico continua sem trazer boas novas aos brasileiros. Sem iniciativas que possam impulsionar o crescimento, a economia voltou a piorar no terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, encolheu 0,8% em relação ao trimestre anterior, na sétima retração. Até mesmo os que apoiaram o golpe ou alardearam a “qualidade técnica” da equipe econômica já reconhecem que o receituário Temer/Meirelles não vai resolver a situação.
O governo de Michel Temer já não esconde para que veio: atender aos interesses do grande capital. Entre as prioridades, a privatização das empresas estatais. Os bancos estão na lista. No Banco do Brasil, o trabalho de desmonte já começou com o anúncio do fechamento de agências e a redução do quadro de pessoal.
Transcrições de áudios gravados pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, antes de deixar a pasta, foram divulgadas nesta terça (29) pela GloboNews. O material revela diálogos de Calero com autoridades do governo Michel Temer e confirmam a denúncia do ex-ministro, que afirma ter sofrido pressões do Planalto relacionadas à liberação de uma obra em Salvador, de interesse pessoal do então ministro de Governo, Geddel Vieira Lima.