O acordo anunciado pelo governo Temer para resolver a situação dos caminhoneiros não cola. O desgaste do presidente é tanto, que não existe confiança nas negociações. Se cumprido, o acordo terá um custo social que se refletirá diretamente na saúde das crianças pobres. É o que afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Por Maria Carolina Trevisan*
De acordo com estudo publicado pela revista internacional Plos Medicine, a austeridade econômica em vigor no país poderá causar a morte de 20 mil crianças até 2030. Esse aumento está diretamente ligado ao corte de verbas para os programas sociais que vinham mostrando resultados positivos nos últimos anos, como o Bolsa Família.
Um enorme esforço do governo federal e da sociedade civil durante 15 anos para diminuir as taxas de mortalidade de bebês e crianças começa agora a ser desfeito, às custas do argumento do ajuste fiscal promovido pelo governo de Michel Temer. Depois de mais de uma década com quedas consecutivas, a taxa de mortalidade na infância (proporção de óbitos de menores de cinco anos para cada mil nascidos vivos) subiu 11% em 2016, em comparação com o ano anterior.
A austeridade econômica que vem sendo adotada no Brasil já mostra seu resultado e ele, além de ser negativo, expõe o retrocesso na área social. De acordo com dados consolidados pela Fundação Abrinq, a mortalidade infantil cresceu 11% entre 2015 e 2016. Este foi o primeiro aumento da mortalidade infantil após 13 anos consecutivos de queda.
Por Verônica Lugarini
Segundo estudo divulgado pela revista Health Affairs, chance de crianças norte-americanas de até um ano morrerem é 75% maior do que em outras nações ricas; Entre os países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos foram a nação com maior risco de mortalidade infantil durante a primeira década do século 21
O Brasil reduziu sua taxa de mortalidade infantil em 90,2% nos últimos 74 anos e a expansão de programas sociais focados nas populações mais vulneráveis tem impacto direto nesse resultado. Segundo dados das Estatísticas do Registro Civil 2014, divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mortes de crianças com menos de um ano de idade no país passou de 146,6 óbitos por mil nascidos vivos para 14,4, de 1940 a 2014.
À frente de muitos países, o Brasil alcançou em 2011, com quatro anos de antecedência, a meta de redução da mortalidade na infância, o quarto dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), propostos pela ONU em 2000. A taxa passou de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 17,7 óbitos por mil em 2011. A meta estabelecida para o país consiste em reduzir a mortalidade entre crianças menores de 5 anos a dois terços do nível de 1990.
Apesar do número de mortes de crianças com menos de cinco anos ter caído de 12,7 milhões por ano em 1990 para 5,9 milhões em 2015, desde 1990 até 2015 o mundo perdeu 236 milhões de vidas nesta faixa etária, mais do que toda a população brasileira. Entretanto, o Brasil é um dos poucos países que tem o que comemorar: reduziu 73% das mortes.
De acordo com os dados das Tábuas Completas de Mortalidade divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de mortalidade infantil ficou em 15 bebês para cada mil nascidos vivos em 2013, considerando crianças de até 1 ano de idade.
O Ceará foi o segundo estado que mais reduziu a mortalidade infantil no país entre 1980 e 2013, de acordo com a Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2013, divulgada na última segunda-feira, 1º de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No boletim da Rádio Vermelho desta segunda-feira (1º/12) confira os números da recente pesquisa do IBGE que aponta a queda da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida do brasileiro. O programa também destaca: Comissão de Cultura comemora o Dia Nacional do Samba, Eleito no Uruguai, Tabaré Vázquez promete "impulsionar integração da América Latina" e Conferência da ONU sobre mudanças climáticas começa no Peru.
Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho
A expectativa de vida do brasileiro ao nascer aumentou 12,4 anos entre 1980 e 2013, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (1º/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a perspectiva de vida era 62,5 anos em 1980, no ano passado passou a ser 74,9 anos, de acordo com a Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2013.