“Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.”(Boa Ventura de Souza Santos)
Por Ismael Cardoso*
No mesmo período em que o Rio de Janeiro estará recebendo a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Cnuds), a Rio+20, entre 13 e 22 de junho, cerca de 300 lideranças afrorreligiosas estarão na cidade para participar da 1ª Semana de Ecologia, Cultura e Cidadania dos Povos Tradicionais de Terreiro durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à conferência.
No final de abril, o Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) visitou a comunidade quilombola Maloca, em Aracaju. A comunidade está localizada no bairro Getúlio Vargas, região central de Aracaju, e foi a segunda a ser reconhecida como quilombo urbano no país.
Em entrevista, a diretora teatral Claudia Simone conta sua experiência como atriz e diretora que encarou as opressões que existem sobre afrodescendentes nos diversos segmentos da sociedade, inclusive nas artes. Ela compartilha vivências como Curinga do Centro de Teatro do Oprimido/RJ e a construção do Laboratório Anastácia, iniciativa teatral elaborada para trabalhar as opressões que pesam sobre afro-brasileiros, dentro e fora dos palcos.
A escritora e ativista norte-americana Alice Walker, autora de A Cor Púrpura, entrou no Auditório Nelson Rodrigues, do Pavilhão da 1º Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília (DF), sob aplausos de um público que ficou de pé para recebê-la. “Eu não sou escritora porque fiz faculdade. Sou escritora porque tenho coração”, declarou ao público presente. Confira entrevista concedida antes do evento.
a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) comemora a decisão favorável à política pública de reserva de vagas em universidades públicas a partir do sistema de cotas raciais.
A decisão desta quinta-feira (26), do Supremo Tribunal Federal (STF), entrará para a história do movimento negro no país, que comemora a votação favorável à legalização do sistema de cotas raciais nas universidades públicas. "É uma vitória do movimento negro. Temos feito um debate de ações afirmativas. Essa luta especificamente travamos desde 2003, com a implantação das cotas em várias universidades", afirmou Edson França, presidente da Unegro.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), já analisou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3239, ajuizada pelo Partido Democratas (DEM) contra a lei que regulamenta a demarcação das terras de comunidades quilombolas. Na quarta-feira (18), quando o STF colocou a ação na pauta de julgamentos, a ministra fez um pedido de vistas para avaliação, paralisando o julgamento. Na ocasião, o presidente do STF chegou a dar seu voto, julgando a ação procedente.
Comprovadamente a mulher negra tem menos acesso à Saúde no Brasil. Levantamentos realizados por instituições respeitadas como o Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea) demonstram que faltam políticas específicas para elas e o acesso a exames e procedimentos é mais restrito. Para discutir a questão, a União Brasileira de Mulheres (UBM) promove o seminário "Combate a Discriminação e Exclusão da Mulher Negra no Acesso ao Atendimento à Saúde".
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou nesta semana uma ação contra uma lei do Rio de Janeiro que instituía cotas para negros em universidades fluminenses. A ação não chegou a ser analisada no mérito e foi descartada por um critério técnico, já que a lei em questão, de 2003, foi substituída por uma mais recente, de 2008.
A União de Negros pela Igualdade (Unegro) está relançando a Cartilha Negro Cidadão, elaborada pela entidade e pelo cartunista Maurício Pestana, com a colaboração da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), em parceria com entidades da sociedade civil. Na noite de quarta-feira (21), por conta do Dia Internacional de Combate ao Racismo, o relançamento foi na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo (SP). Outros lançamentos estão programados.
Para lembrar a morte de 69 jovens no dia 21 de março de 1960, em Joanesburgo, capital da África do Sul, que ficou conhecido como o Massacre de Shaperville, e marcar a luta contra o preconceito racial no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu este como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.