O movimento contrário ao golpe de estado que afastou temporariamente a presidenta Dilma da presidência, vem ganhando cada vez mais força e adesão popular. Durante a semana, diversas manifestações e debates irão ocorrer, denunciando um governo do PMDB não representativo, eleito de forma indireta, e as consequências nocivas da sua política neoliberal para um longo período de retrocesso nos avanços e conquistas sociais.
É sabido no mundo inteiro que o neoliberalismo nunca combinou com democracia. Para impor o seu receituário de desmonte do Estado, da nação e do trabalho, os governantes a serviço das oligarquias rentistas precisam agir com violência contra os movimentos sociais.
Por Altamiro Borges*
Para garantir a participação efetiva da sociedade na construção da pauta da Comissão de Legislação Participativa, o novo presidente do colegiado, deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) propôs a realização de uma audiência pública, que será realizada nesta quarta-feira (18) com a participação de entidades da sociedade civil organizada de todo o país.
Em entrevista coletiva à imprensa estrangeira, na última sexta-feira (13), a presidenta Dilma Rousseff destacou entre outros assuntos, a importância da representatividade do negro e da mulher em um governo, lamentando assim, a formação ministerial do governo ilegítimo de Michel Temer. Para Dilma, o governo interino e golpista tem ainda um grave problema de representabilidade.
A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) divulgou nota pública contra a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. "Por isso, denuncia o real retrocesso democrático em andamento e conclama a solidariedade de todas e todos para que unidos, possamos enfrentar a ofensiva conservadora", diz nota.
Com o novo cenário do afastamento da presidenta Dilma por 180 dias, onde o golpe foi imposto e a jovem democracia e constituição estão sob ameaças, diversas manifestações estão marcadas para denunciar que o governo Temer é ilegítimo e pretende sangrar a classe trabalhadora com sua agenda neoliberal.
Logo após se pronunciar no Palácio do Planalto sobre o afastamento do cargo da Presidência por 180 dias, a presidenta Dilma Rousseff, junto com os seus ministros e também com a presença do ex-presidente Lula, foi ao encontro dos movimentos sociais, que a aguardavam para prestar apoio e solidariedade. Dilma agradeceu o carinho e declarou que foi vítima de "traição e profunda injustiça".
Por Laís Gouveia
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que há no país uma ofensiva contra os movimentos sociais "inaceitável", após ir ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, para ajudar a liberar um grupo de 73 mulheres detidas, acusadas de gritar palavras de ordem contra os deputados Jutahy Magalhães (PSDB-BA) e Tia Eron (PRB-BA), que votaram a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Logo após a decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão, que anulou nesta segunda-feira (9) a votação do impeachment na Casa, que ocorreu no último dia 17, setores dos movimentos sociais declararam que irão intensificar a luta contra o golpe em curso no país e ocuparão as ruas denunciando a agenda da direita, que pretende derubar o mandato da presidenta Dilma com o argumento ilegítimo das pedaladas fiscais.
Neste domingo (8) de Dias das Mães uma homenageada especial foi Dilma Rousseff. Mulheres militantes de movimentos sociais e partidos políticos de esquerda foram até a casa da presidenta presenteá-la com flores e mensagens de apoio.
Diversos protestos do MTST, entidade que trava a luta pela acesso à moradia e que compõe a Frente Povo Sem Medo, bloqueiam o acesso a estradas e avenidas em várias cidades do país nesta quinta-feira (28). O coordenador nacional da entidade, Guilherme Boulos, disse que em São Paulo já são 13 pontos paralisados e que não aceitaram um possível governo Temer, fruto do golpe de Estado em curso no país.
No dia da instalação da comissão do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, os líderes das das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo entregaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), centenas de manifestos pela democracia e contra o golpe, exigindo que a democracia prevaleça e pelo acesso à Casa por parte dos movimentos, que foi vedado na Câmara por Eduardo Cunha.