O incêndio que consumiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, não pode ser encarado como uma tragédia. Um foco de fogo que destruísse uma obra, mas fosse rapidamente debelado seria uma tragédia. A queima de uma instituição com 200 anos e um acervo de 20 milhões de itens, que não contava com estrutura adequada de prevenção a incêndios, não é um acidente, mas um empreendimento.
Por Leonardo Sakamoto
Segundo pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro parte do acervo, justamente peças mais raras e valiosas, podem ter sido salvas do fogo. Elas estariam dentro de cofres e armários de aço especiais.
“Não queimem nossa história” diziam cartazes durante o protesto realizado nesta segunda-feira (3) na Cinelândia após a destruição do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. A manifestação denunciou a política de corte de verba do atual governo que atingiu o museu. Após o ato político, os manifestantes saíram em passeata.
Por Railídia Carvalho
A destruição do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro pelas chamas de um incêndio ocorrido neste domingo (2) é um símbolo do que está acontecendo no Brasil, declarou Alexandre Santini, diretor do Teatro Popular Oscar Niemeyer em Niterói. “É uma metáfora da destruição do Brasil e não é só na área da cultura”, declarou ao Portal Vermelho.
Por Railídia Carvalho
Fóssil de mulher, datado de mais de 11 mil anos, é uma das peças mais importantes da história natural do Brasil e faz parte do acervo do Museu Nacional do Rio.
Na manhã desta segunda-feira (3), um ato em apoio ao Museu Histórico Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi reprimido com violência pelas forças policiais. Os manifestantes foram recebidos com bombas de efeito moral e spray de pimenta enquanto protestavam em frente aos portões da Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, local que abrigava a instituição incendiada no último domingo (2).
O incêndio que durou seis horas no Museu Nacional ainda não teve a causa revelada, mas a tragédia já era anúnciada devido a falta de verba para a manutenção. A perda é irreparável; a reitoria da UFRJ e a direção do Museu Nacional vão tentar recuperar o que pode ser salvo
Nesta segunda-feira (03), por volta das 9h, manifestantes iniciaram ato de luto no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Mais tarde, às 16h acontecerá outra manifestação na Cinelândia, no Rio. Para a população, o incidente reflete o descaso com que a ciência vem sendo tratada no Brasil. O protesto é contra o ocorrido e acontecerá para chamar a atenção para a forma com que governo vem tratando a ciência.
Enquanto a manutenção do Museu Nacional do Rio de Janeiro tinha que fazer ‘vaquinha virtual’ para reabrir salas e tinha um custo de manutenção de apenas R$ 520 mil a ano, um juiz do Supremo recebe ao ano R$ 438 mil. Em meio a tristeza sobre o incêndio, a presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, esse caso “não é isolado e que faz parte do sucateamento das universidades e do descaso com museus. Temos o abandono da Ciência e da Cultura no país”.
Por Verônica Lugarini
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo Museu Nacional no Rio, lamentou em nota o incêndio que começou na noite desse domingo (02) e destruiu o prédio histórico. “É a maior tragédia museológica do país. Uma perda incalculável para o nosso patrimônio científico, histórico e cultural.”
Não só o Brasil, mas o mundo perdeu um recorte fundamental da história com o incêndio que destruiu o Museu Nacional neste domingo (2), no Rio de Janeiro. A notícia foi destaque nos maiores jornais do globo na manhã desta segunda-feira. Mais de 20 milhões de itens desapareceram com a mais antiga casa de pesquisa do país.
O Museu Nacional, a mais antiga instituição científica brasileira e o museu mais antigo do país, foi destruído por um incêndio de grandes proporções na noite deste domingo (02). Os bombeiros controlaram por volta das 2h da madrugada desta segunda-feira (03), mas as equipes permanecem no local fazendo o trabalho de rescaldo para debelar pequenos focos de fogo.