Com 88 anos, a amiga de infância de Anne Frank e sobrevivente do holocausto afirmou, em entrevista ao Estado de São Paulo, que o mundo não aprendeu nada com o nazismo
"Este ano é meio nefasto. Produziu muita tristeza, muito desamparo e desesperança nos pobres, no povo. Isso acho mais lamentável porque a tarefa do Estado, de um presidente, não é dirigir uma empresa, mas cuidar do povo, da sua saúde, dos seus meios de vida, que é o trabalho. Houve um retrocesso enorme, até se fala da elite do atraso, que assumiu o poder e cortou muitos direitos, especialmente daqueles que mais precisam."
"Quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés." Os versos do Cartola poderiam servir de epílogo do chororô com que Aécio Neves se despede de sua antes moralista e afetada coluna das segundas-feiras na Folha.
Por Fernando Brito*, no Tijolaço
Uma notícia falsa publicada pela jornalista Joice Hasselmann, ex-Veja, foi uma das origens de uma onda de ataques e ameaças em redes sociais desferidas à filha do jornalista Luis Nassif. Ela vem sendo atacada por grupos de direita acusada de ter "comandado" protesto contra o juiz Sérgio Moro, durante palestra proferida em Nova York na última segunda-feira (7).
Há muito que a sociedade brasileira e paraense tem sido bombardeada pela visão de que os defensores de direitos humanos atuam pró-bandidos ou pessoas em conflito com a lei.
Por Paulo Fonteles Filho*
Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o autor da chacina que deixou 12 mortos em Campinas, São Paulo, na noite de réveillon, incluindo sua ex-mulher e filho, "é produto pronto e acabado do trabalho da Globo, da mídia atrasada, direitista e televisiva do Brasil".
Por meio das redes sociais, a presidenta eleita Dilma Rousseff manifestou indignação em relação à misoginia que envolve a chacina que vitimou 12 pessoas da mesma família, sendo 9 mulheres, em Campinas na noite de reveillon. "É intolerável que o machismo encontre eco no pensamento conservador e justifique o feminicídio", afirmou Dilma.
O discurso da intolerância e o ódio na política produziu um trágico efeito: uma chacina na noite de réveillon em que o técnico de laboratório Sidnei Araújo matou a tiros a ex-mulher, o filho de 8 anos, outras 10 pessoas da família dela e em seguida se matou. Em carta que enviou aos amigos antes de cometer o crime, o assassino destila ódio contra os direitos humanos e atribui tudo à lei "vadia da Penha".
Quando Marcelo Crivella ganhou as eleições no Rio de Janeiro, neste ano, o pastor Silas Malafaia avacalhou, no Twitter, com o Globo, a Veja, o PT, o PSOL, o candidato derrotado Marcelo Freixo, a esquerda e bradou um ''Chora Capeta'' – assim mesmo, sem vírgula separando o vocativo.
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog
A intolerância extrema vitimou um jovem estudante de matemática da Universidade Federal de Goiás (UFG) de apenas 20 anos, Guilherme Silva Neto. O assassino, o seu próprio pai, o engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos que após cometer o crime, suicidou com um tiro na boca e morreu logo depois no hospital. A tragédia ocorreu nesta terça-feira (15), em Goiânia-GO.
Vive de aparências e acha isso chique. E se tudo isso te parece apenas medíocre e inofensivo, não se engane: há garras e dentes. Pois é nela que é feita a engorda do ódio. É ela que legitima atrocidades
Por Maria Bitarello*, Outras Palavras
Convicções arraigadas, quando não nascem da informação, da razão, do conhecimento, costumam ser fruto do preconceito, da ignorância ou do ódio. Não é por acaso que entre as características do fascismo, a mais marcante está em colocar, furiosamente, convicção acima da razão.
Por Mauro Santayana, em seu blog