No ano de 2017, a pobreza extrema atingiu 180 mil pessoas que moram na região metropolitana de São Paulo, segundo levantamento da LCA Consultores publicado pelo Valor Econômico. De acordo com especialistas consultados pelo Portal Vermelho, dois fatores são decisivos para esse resultado: o não acompanhamento monetário do Bolsa Família e o aumento do desemprego. Com a reforma trabalhista, a extrema pobreza deve aumentar ainda mais não apenas em São Paulo, mas no Brasil.
Por Verônica Lugarini
Em 12 meses, o Brasil ganhou 1,5 milhão de miseráveis. Sob o governo de Michel Temer – que alardeia ter encerrado a recessão e reduzido a inflação –, entre 2016 e 2017, a pobreza extrema aumentou 11,2%. Se antes eram 13,34 milhões de brasileiros que viviam nessa situação, no ano passado, esse número aumentou para 14,83 milhões, o que significa mais de duas vezes a população total da Bulgária.
No final de novembro do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do “Módulo Rendimento” de todas as fontes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao ano de 2016. A repercussão dos dados junto à opinião pública foi pontual, sem corresponder à gravidade do que eles revelaram: a persistência e o agravamento da desigualdade no Brasil.
Francisco Menezes e Paulo Jannuzzi da RBA
Grande parte deles é de louros e louras, a grande maioria de brancos. São “nortistas”. Dos Estados Unidos da América do Norte. Não vêm dos “países de merda” a que Donald Trump se referiu outro dia, falando de nações africanas e latinoamericanas
Philip Aston, relator da ONU, andou duas semanas pelos Estados Unidos e vai escrever um relatório para ser apresentado na ONU. Diz que os EUA caminham para ser "a sociedade mais desigual do mundo" e defende que Donald Trump está apressando a chegada nesse estágio
O bairro de Jardim Gramacho se sustentou por três décadas com o maior lixão de América Latina. Após cinco anos do fechamento, seus moradores são a face da extrema pobreza.
Por María Martín*
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, do total da população, 1,7% (3,4 milhões de pessoas) residiam em domicílios sem banheiro ou sanitário de uso exclusivo e 1,2% em domicílios com paredes externas construídas com material não durável. Piauí e Acre tinham, respectivamente, 12,3% e 10,2% de suas populações vivendo em domicílios sem banheiro ou sanitário de uso exclusivo.
Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para definir se uma pessoa é pobre.
A precariedade do mercado de trabalho espanhol empurra 13% dos empregados a ter uma renda inferior ao limite da pobreza.
Por Luís Doncel
"Temos uma longa tarefa na economia brasileira de conduzir o crescimento econômico, com melhor distribuição de renda e melhoria de salários", diz o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, ao analisar estudo do Banco Mundial, que mostra 45,5 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza.
Um estudo da OCDE mostra que, devido ao desemprego e aos baixos rendimentos, as novas gerações viverão essa fase de uma forma pior do que os seus pais em termos de condições econômicas e proteção social.
A agenda de retrocesso imposta pelo golpe causa efeitos desastrosos para o país, atingindo principalmente a população mais pobre. Levantamento feito pela LCA Consultores nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), encomendado pela jornal Valor, aponta que o número de pessoas que ganham menos de um salário mínimo aumentou em 2,75 milhões nos últimos dois anos e atingiu 18,7 milhões de pessoas.