“Quero a minha mãe”, disse Herinaldo Vinicius de Santana, de 11 anos. Provavelmente não foi a primeira vez que o jovem falou essas palavras. Mas foi a última. Em 23 de setembro de 2015 ele foi baleado e morto por policiais militares na comunidade Parque Alegria, no complexo do Cajú, no Rio de Janeiro.
Por Gil Alessi*, no El País
A Polícia Militar de São Paulo aumenta a cada dia o seu nível de truculência. Nesta quarta-feira (19), estudantes e movimentos sociais protestavam contra a medida do Alckmin de ordenar a saída dos estudantes das ocupações nas ecolas técnicas sem mandato judicial, quando foram surpreendidos por bombas de efeito moral, spray de pimenta e cassetetes. Seis secundaristas foram presos. Os estudantes também lutam contra a máfia da merenda envolvendo a alta cúpula do governo Alckmin.
Karoline Rocha, militante da União da Juventude Socialista (UJS), enfrentou o deputado estadual Coronel Telhada durante a ocupação na Assembleia legislativa de São Paulo. Mesmo diante de uma postura ríspida do parlamentar a jovem mostrou firmeza e não deixou de mostrar seu posicionamento em defesa da instalação da CPI da merenda.
Os estudantes que estão ocupando a Assembleia Legislativa de São Paulo desde a noite desta terça-feira (3) (Alesp), lutando para a instalação da CPI da merenda, gravaram um vídeo um vídeo há poucos minutos denunciando que a polícia militar já cercou toda assembleia e que a qualquer momento invadirá o plenário da casa.
O autor do disparo contra a integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)) está a caminho do presídio, após ser preso no início da tarde desta quarta-feira (4) em Itapecerica da Serra (SP). Mais cedo, a sem-teto Edilma Aparecida foi atingida por tiro na barriga durante marcha da ocupação João Goulart na região. Na noite desta quinta, o MTST informou que a ciriurgia, a que foi submetida Edilma, foi bem sucedida e ela passa bem.
Por Railídia Carvalho
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, tem o prazo de 72 horas, segundo decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), para esclarecer "se foi o responsável por 'adiantar' o cumprimento da ordem judicial com a determinação de ingresso da Polícia Militar no imóvel (prédio do Centro Paula Souza) sem mandado judicial"
Mais de cem policiais militares invadiram na manhã desta sexta-feira (1º) a sede da torcida organizada do Corinthians Gaviões da Fiel, em São Paulo. A ação ocorre um dia depois de um protesto organizado pela torcida diante da Assembleia Legislativa de São Paulo a favor da instalação de uma CPI que investigue o caso do roubo da merenda escolar.
Conrado Hübner Mendes é professor de Direito Constitucional na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Por e-mail, ele concedeu uma entrevista ao EL PAÍS para falar sobre a atuação da Polícia Militar nos protestos de rua recentes, num cenário em que eles não dão sinais de que vão arrefecer em meio à polarização política. Mendes é também doutor em Ciência Política pela USP e doutor em Direito pela Universidade de Edimburgo.
Na último quinta (24), a PM do Distrito Federal chegou a deter uma criança de 7 anos que participava pacificamente, junto com o pai, Chico Carneiro, da manifestação organizada pela Frente Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais contrários ao golpe democrático em curso, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
O governo Alckmin não tenta mais disfarçar sua campanha pela queda de Dilma Rousseff e a criminalização dos movimentos sociais. No vídeo abaixo, na primeira imagem, manifestantes pulam a catraca tranquilamente para irem às manifestações do dia 13 de março favoráveis ao impeachment. Já na segunda imagem, em um protesto contra o governo Alckmin, o movimento social apanha da polícia militar ao tentarem passar na catraca.
Por volta das 6h30, quando começa o horário de pico no trânsito de São Paulo, a Polícia Militar desviou o fluxo na Avenida Paulista, uma das principais da capital, para garantir a livre manifestação. Porém, não haviam manifestantes. Cerca de 20 pessoas se concentravam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A "garantia" para o "clamor popular" acontecer parece ser só um dos passos rumo ao golpe.
Uma comissão integrada pelo Líder da Bancada do PT, deputado Geraldo Cruz, o presidente nacional da CUT, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da UNE se reúnem com o secretário de segurança pública de SP, Alexandre de Moraes, para cobrar apuração de responsabilidade em ações da PM consideradas intimidatórias.