Os fatos políticos sucedem-se com a rapidez do mundo moderno, freneticamente até. Procurar seguir as notícias, comentando os fatos que relatam, é aliciante mas nem sempre profícuo, havendo que procurar as contradições que as tornam significantes. No vendaval político, por quê o PSDB apoia e desapoia Temer?
Alexandre Weffort*
O Judas Michel Temer não sabe se dura até o final do mandato ilegítimo e nem se vai direto para a cadeia. A base aliada está afundando, com várias siglas ameaçando desembarcar do covil golpista. O PSDB decidiu manter o apoio à quadrilha do PMDB para salvar o cambaleante Aécio Neves, mas está sangrando. Mesmo assim, a cloaca empresarial, que financiou o “golpe dos corruptos”, segue impondo sua pauta regressiva no parlamento.
Por Altamiro Borges*, em seu blog
Ao se manter na base do governo, partido consolidou a negação de sua própria origem, mas aposta na aprovação das reformas. Temer sabe que, se o PSDB abandonar o Planalto, os demais partidos vão segui-lo.
O senador Lindbergh Farias (RJ), líder do PT, voltou a rechaçar as reformas trabalhistas e Previdenciária e disse que não há condições para o Congresso Nacional discutir tais propostas, diante do cenário de incertezas e desgaste do governo de Michel Temer.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foi sorteado como o novo relator do inquérito contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), o deputado federal Dimas Toledo (PP-MG) e o ex-ministro Pimenta da Veiga. A investigação apura repasse de R$ 6 milhões em vantagens indevidas da Odebrecht ao grupo político de Aécio nas eleições de 2014.
A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, determinou a retirada do âmbito da Operação Lava Jato e o sorteio de um novo ministro relator para um dos cinco inquéritos abertos contra o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), afastado por determinação da corte.
A debandada no PSDB continua. Após a decisão de manter o apoio ao governo de Michel Temer, lideranças da legenda estão anunciando a desfiliação.
O prometido desembarque não se fez, ainda. O comportamento oportunista do PSDB era previsível. Oportunismo deslavado que ficou patente no modo como os argumentos pró e contra o desembarque foram sendo colocados. O PSDB merece ficar, ora em diante, colado ao conceito de "oportunismo crasso".
Por Alexandre Weffort*
O deputado federal Daniel Coelho (PE), integrante da ala jovem do PSDB, condenou a permanência da legenda junto ao governo Michel Temer. Segundo ele, “o partido está mais do que rachado e dividido neste momento” e “ficar neste governo podre, da maneira como ele está, é o caminho da perdição completa”.
A decisão do PSDB de permanecer no governo já começou a provocar efeitos. Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, confirmou em entrevista sua desfiliação do PSDB.
Lançado em 25 de junho de 1988, o manifesto que deu origem a fundação do PSDB – partido resultado de um grupo de dissidentes do PMDB, dizia: “Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, nasce o novo partido”. Atualmente, as ruas pedem Fora Temer e eleições gerais. Os tucanos, por suas vez, como há muito tempo, ignoraram às ruas.
Por Dayane Santos
Nesta segunda-feira (12), pouco antes da reunião da executiva nacional do PSDB, que discutira o desembarque ou não do governo de Michel Temer, o relator da reforma trabalhista no Senado, o tucano Ricardo Ferraço (PSDB-ES), defendeu que a legenda entregue os cargos por conta das "denúncias devastadoras" contra Temer.