Em um gesto inusitado (mas não imprevisível), o ex-governador José Serra, na qualidade de presidente do conselho político do PSDB, divulgou um documento que deixou embaraçada a direção de seu partido. “Nossa Missão” tem um título que sugere que o autor ao menos tentava olhar o Brasil de uma perspectiva partidária e coletiva, mas não o fazia.
Por Marcos Coimbra, na CartaCapital
A presidenta Dilma está numa fase difícil de seu governo, mas que dizer da oposição? Do PV, como alternativa de poder, já não se fala. Restou a oposição tradicional, o PSDB, mas sem rumo.
Por Renato Janine Ribeiro, no Valor Econômico
O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta quinta-feira (07) ser “uma grande ideia” o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sair candidato à Presidência da República em 2014. Questionado, ele respondeu: "E é uma grande idéia. Só podemos considerá-la assim".
"Toda a obra de FHC foi primeiro ignorada por Serra em 2002, depois por Geraldo Alckmin, em 2006, e novamente por Serra, em 2010.Como Pedro fez a Cristo, o PSDB negou Fernando Henrique por três vezes"
Os desentendimentos no ninho tucano ganharam contornos explícitos na semana passada, quando o ex-governador José Serra discutiu com o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), diante de pelo menos 20 congressistas do partido. O episódio aconteceu no gabinete do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), no Congresso Nacional.
Considerada por décadas como o exemplo mais bem-sucedido de emissora pública com programação de qualidade no Brasil, a TV Cultura está à beira do colapso. Sua média de audiência atual é a mais baixa da história — corresponde a 0,8 ponto, o equivalente a apenas 47,2 mil domicílios.
O PSDB vem construindo ao longo dos anos uma teoria conveniente para explicar a longa ausência do poder. Segundo a teologia tucana, o governo Fernando Henrique Cardoso foi muito bom, mas a oposição implacável do PT na época e a desconstrução propagandística promovida pelo petismo no poder petrificaram a impressão de ter sido ruim. Uma lavagem cerebral coletiva. Com as decorrentes consequências eleitorais.
Por Alon Feuerwerker, no Correio Braziliense
Peraí, gente: a expressão é do Jamelão, glória do samba, e dá conta de alguém que anda esfuziante de alegria. Fernando Henrique está.
Por Nirlando Beirão, em seu blog
Em mais uma demonstração de divergência, o comando do PSDB se recusou a referendar uma carta divulgada nesta sexta-feira (1º) pelo presidente do conselho político do partido, José Serra, com duras críticas ao governo Dilma Rousseff. Integrantes do conselho queriam a convocação de uma nova reunião para debate o texto com calma — mas Serra, autoritário como sempre, precipitou a divulgação à revelia dos tucanos.
Os tucanos reuniram nesta quarta-feira (29) em Brasília o Conselho Político do PSDB. Foi a primeira reunião sob a presidência do ex-governador José Serra. O documento, que analisa o quadro político e econômico do país, só será divulgado na sexta-feira (1º).
Nas últimas três eleições presidenciais, Fernando Henrique Cardoso jogou a favor da candidatura de José Serra ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Para 2014, a aposta de FHC mudou. Ela se chama Aécio Neves, senador tucano por Minas Gerais.
O Conselho Político do PSDB, órgão que já existia na estrutura do partido, mas que agora foi repaginado para acomodar José Serra, tem tudo para ser o próximo foco de disputas no partido. Desde a composição até a indefinição sobre orçamento e estrutura do novo órgão, passando pelas suas atribuições, tudo foi feito de modo a suscitar novas quedas de braço entre Serra e Aécio Neves, hoje os dois polos que duelam pelo poder.