Cerca de 500 trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam nesta quarta-feira (3) a sede da Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo.
Em entrevista a Soraya Aggege, da CartaCapital, João Pedro Stedile, um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirma que a concentração de terras tem crescido e que a reforma agrária clássica realmente “saiu da agenda” nacional. Resta ao MST o caminho da “reforma agrária popular”, que defende um novo modelo de desenvolvimento agrícola, o agroecológico.
Completam-se dois meses neste domingo (24) do assassinato do casal de líderes extrativitas José Claudio Silva e Maria do Espírito Santo Silva, mortos a tiros em uma estrada rural do município paraense de Nova Ipixuna, a 390 quilômetros da capital. Os acusados do homicídio foram identificados pela polícia apenas nesta semana.
A Comissão Temporária Externa do Senado Federal, que acompanha as investigações das mortes ocorridas por conta dos conflitos de terras na Amazônia, está nesta segunda-feira (11) no assentamento Praialta Piranheira, localizado no município de Nova Ipixuna, Estado do Pará, onde ocorreu, no dia 24 de maio deste ano, o assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria Espírito Santo da Silva. Eles denunciaram a ação ilegal de madeireiras na região.
Ao retomar os rumos da reforma agrária no Brasil, o professor de Geografia Agrária da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) Ariovaldo Umbelino de Oliveira alerta para os 300 milhões de hectares de terra que estão “cercados” no Brasil. “Quem cercou não tem documento para provar a propriedade da terra”, afirma o especialista sobre o número elevado de concentração de terra hoje no país.
Por Fabíola Perez
Há mais de 70 anos, a questão fundiária vem sendo debatida por diferentes governos no Brasil. Neste contexto, a reforma agrária se consagra como artifício fundamental para reduzir a desigualdade e avançar na redistribuição de terra. Críticos do descaso do Estado com o tema, especialistas apontam a ausência de políticas públicas para o desenvolvimento do campo. Para eles, a reforma é alvo de uma “síndrome de ausência do compromisso” e, de tempos em tempos, é excluída da agenda política nacional.
A ação vai beneficiar 385 famílias remanescentes de quilombos que hoje vivem no território
É impressionante como a oposição brasileira é incapaz de qualquer ato que não seja o da mais absoluta vassalagem ao capital internacional. É completamente incabível, sob qualquer aspecto, a reação ao fato de se estar promovendo, através de lei específica, a regulação – e não a proibição – da propriedade estrangeira de solo brasileiro, como publicou nesta quinta-feira (23) o Estadão.
Por Brizola Neto
Oito anos e meio após a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a reforma agrária ainda enfrenta entraves no país. Apesar dos avanços conquistados na área social, a concentração de terra cresceu cerca de 1%, segundo dados divulgados em 2009 pelo IBGE. Com isso, os índices de desigualdade aumentam, a agricultura familiar perde espaço e o setor produtivo no campo sofre desvalorização. Fica para o governo Dilma retomar a questão, apresentando uma política mais efetiva para o problema.
A Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás e a Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) firmam nesta segunda-feira (13) um termo de cooperação técnica para a implantação de sistema de abastecimento de água em assentamentos da reforma agrária do estado.
O presidente do PCdoB de Rondônia, Manoel Nery, lamentou a morte de Adelino Ramos, líder do Movimento Camponês Corumbiara, morto na última sexta-feira, em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho. Dinho, como era chamado, era membro da direção do partido e foi assassinado com seis tiros enquanto vendia frutas e verduras numa feira.
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quinta-feira (19) o julgamento imediato de um dos acusados da chamada chacina de Unaí, em 2004, quando quatro servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram mortos durante fiscalização no município mineiro. O processo, que envolve nove pessoas, foi desmembrado. "O réu não pode ficar preso ad eternum", afirmou o relator do caso no STJ, ministro Jorge Mussi.