Diante do grande ponto de interrogação que é a velocidade do crescimento da economia brasileira no próximo ano, os analistas do mercado financeiro se curvaram aos argumentos e às ações do Banco Central. A taxa básica de juros (Selic) deve ficar no patamar atual de 7,25% ao ano até, pelo menos, o fim de 2013.
A estimativa do mercado para a inflação em 2012 caiu pela primeira vez após 16 semanas de altas consecutivas. O relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (5), mostrou que a mediana das projeções de cerca de cem instituições para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cedeu de 5,45% para 5,44%. Para 2013, a mediana estacionou em 5,40% e, em 12 meses, a mediana das projeções recuou pela oitava semana consecutiva, de 5,40% para 5,37%.
A maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) entende que ainda restam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade econômica. A informação, divulgada nesta quinta-feira (18), consta da ata da última reunião do Copom, em que, por 5 votos a 3, a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida em 0,25 ponto percentual para 7,25% ao ano.
Pesquisa de juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administracão e Contabilidade (Anefac), divulgada nesta segunda-feira (16), aponta que pela primeira vez após 33 meses sem registrar nenhum movimento, ignorando a trajetória de redução dos juros básicos (Selic), a taxa média do rotativo do cartão de crédito caiu 0,28 ponto porcentual em setembro, de 10,69% para 10,41% ao mês.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na semana passada que a decisão do Banco Central de baixar a Selic de 7,50% para 7,25% colabora para reduzir o diferencial de taxas entre o Brasil e outros países no mundo.
A redução da taxa de juros iniciada em 2011 e a política mais ativa do governo para manter o dólar alto têm ajudado o Brasil a se tornar mais competitivo, apontam economistas. O País até mesmo avançou no Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, quando a melhora das condições macroeconômicas foi citada.
A diminuição da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ficando em 7,25%, foi bem recebida pelo presidente da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz.
O Banco do Brasil deu continuidade à cruzada da presidenta Dilma Rousseff contra os custos bancários. Por orientação do Ministério da Fazenda e do Palácio do Planalto, a instituição reduziu tarifas e diminuiu em até 34% o preço de pacotes de serviços.
Começa na tarde desta terça-feira (9) mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para avaliar a possibilidade de manter o processo de redução da taxa básica de juros, que caiu de 12,5% para 7,5% de agosto do ano passado até agora.
Com a queda da rentabilidade das aplicações no mercado financeiro, a velha e tradicional caderneta está em alta entre as possibilidades de investimento. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, só em setembro, a captação líquida — diferença entre depósitos e retiradas — foi positiva em R$ 5,95 bilhões. Esse é o melhor resultado para meses de setembro desde o início da série histórica do BC, em 1995.
Grandes bancos anunciaram, nas últimas semanas, reduções nos juros que cobram nos cartões de crédito. Mas, apesar do alarde feito pelas instituições, as taxas cobradas por elas ainda superam os juros de bancos em outros países da América Latina.
A quantidade de investidores que esperam estabilidade da taxa básica de juros em 7,5% neste ano e ao longo de 2013 cresceu, segundo sinalizam os negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a pesquisa do Banco Central com o mercado por meio do Boletim Focus.