Metalúrgicos do RJ denunciam grave situação criada após demissões

Nesta quinta-feira (4) o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal) fechou o acesso ao aeroporto do Galeão para protestar contra o desemprego em massa entre os trabalhadores do setor. De acordo com a entidade, as demissões estão ocorrendo diariamente e os demitidos ainda não receberam as rescisões. Através das Olimpíadas, que terá abertura oficial nesta sexta-feira (5), o sindicato quer dar visibilidade para a grave situação dos metalúrgicos no país.

Sindimetal denuncia desemprego nas olimpíadas - Sindimetal
A situação começou a se agravar desde o segundo semestre do ano passado, quando as montadoras deixaram de fazer encomendas aos estaleiros. As investigações da Operação Lava Jato impediram investimentos da Petrobras, em consequência paralisando especialmente as atividades da indústria naval. 
 
”O Sindimetal continuará realizando atos para mostrar para a sociedade o que os trabalhadores estão passando, muitos estão com sérias dificuldades financeiras e não conseguem honrar seus compromissos”, diz trecho de matéria publicada no site do sindicato. 
Além de denunciar as demissões, a iniciativa quer “chamar a atenção do governo federal e da Petrobras para que retome os investimentos na indústria, principalmente no setor naval, para gerar obras e empregos aos milhares de metalúrgicos”.
No dia 29 de julho, o Sindimetal se reuniu com os representantes do estaleiro Eisa, responsável pela demissão de milhares de trabalhadores em 2015. O estaleiro deverá enviar até a próxima semana uma proposta de acordo para o pagamento das rescisões e dos direitos dos funcionários. Faz sete meses que os trabalhadores demitidos aguardam as rescisões. 

Combate ao desemprego

Em recente atividade realizada por seis centrais de trabalhadores, entre elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, as entidades concluíram que o governo Temer não tomou providências para combater o desemprego e nem mesmo para retomar os investimentos.

O presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino Rocha, afirmou que “nesse rumo o Brasil vai sacrificar mais postos de trabalho”. 
De acordo com ele, dos 80 mil postos de trabalho de metalúrgicos do Rio de Janeiro restam 5 mil. Marcelino explicou que o desenvolvimento de médio e longo prazo está atrelado a uma indústria forte. 
O encontro das centrais apresentou medidas contra a precarização do trabalho, entre elas, ações voltadas para o combate ao desemprego.