Caracas acusa Colômbia de recrutar para criar conflito na fronteira

O ministro de Relações Interiores da Venezuela, Nestor Reverol, afirmou nesta sexta-feira (16/02) que o Exército da Colômbia está recrutando cidadãos venezuelanos e oferecendo-os treinamento militar com o intuito de criar focos de violência na fronteira entre os dois países.

Nestor Reverol

Segundo Reverol, "eles estão fornecendo tudo e é um número importante, aproximadamente 150 venezuelanos já cumpriram a preparação". Para o ministro, a intenção das Forças Armadas colombianas seria criar "falsos positivos" na zona norte do país, a fim de que se justifique uma "intervenção externa" na Venezuela.

O ministro afirmou que venezuelanos "recebem de maneira expressa documentos de identidade colombiana, cédula de cidadania e, logo, são incorporados de maneira imediata ao serviço militar obrigatório colombiano". "Podem se estar criando forças paramilitares altamente doutrinadas e com capacidade de se mobilizar livremente em território venezuelano."

Reverol classificou como "muito graves" as ações do país vizinho e que essa poderiam desencadear ondas de violência dentro da Venezuela.

Reverol afirmou que cidadãos venezuelanos estão sendo recrutados pelo Exército da Colômbia na zona norte do país, mais precisamente na região de Pamplona, norte de Santander, com a presença de grupos paramilitares criminosos.

Colômbia

Até o fechamento desta reportagem, Bogotá não havia respondido diretamente às acusações de Caracas. O Ministério da Defesa colombiano, no entanto, divulgou uma nota nesta quinta-feira (15) em que afirmava que o ministro Luis Carlos Villegas entrou em contato com o ministério da Defesa da Venezuela para tratarem de ações violentas ocorridas na fronteira norte entre os dois países.

Segundo a nota, Villegas disse que existem grupos terroristas formados por venezuelanos agindo na região fronteiriça de Pamplona. De acordo com o ministro colombiano, "tivemos, por exemplo, dois cidadãos venezuelanos que estavam instalando uma carga explosiva em uma rodovia perto de Pamplona (Norte de Santander), e essa carga foi ativada causando a morte desses dois terroristas".

Villegas ainda afirmou que conversou com o ministro da Defesa venezualano, Vladimir Padrino, sobre "nossa preocupação com a crescente participação dos cidadãos venezuelanos em ações de crime organizado e comum associadas a numerosos crimes contra a propriedade".