Alemães impulsionam unificação no Partido de Esquerda
Por Antoine Jacob, para o “Le Monde”*
O processo iniciado em 2005 para fundir os dois partidos situados à esquerda da social-democracia alemã está no bom caminho. Num referendo interno, ele teve 78% dos votos da Wasg que reúne uma cisão da social-democ
Publicado 06/04/2006 12:44
A Wasg (Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social, na sigla em alemão) deve se pronunciar definitivamente em seu congresso, nos dias 29 e 30 de abril. Há oposição dos militantes de certas regiões. Os que se opõem à união alegam que, devido à baixa taxa de participação no referendo (57%), o resultado não é representativo da maioria dos 12 mil filiados. Porém o projeto parece estar em vias de ser adotado. Quanto ao Partido de Esquerda, já se pronunciou. A fusão deve se concluir em meados de 2007.
53 deputados no Bundestag
Os dois partidos foram autorizados a apresentar listas comuns nas eleições legislativas de setembro de 2005, sob a sigla do Partido de Esquerda. E com êxito. Liderados por Oscar Lafontaine, antigo presidente do Partidos Social-Democrata antes de formar a Wasg, e pelo advogado Gregor Gysi, muito popular no Leste, eles se converteram na quarta maior bancada do Bundestag (câmara baixa alemã), com 8,7% dos votos e 53 deputados.
Este resultado foi contestado por outras legendas, que, quando da constituição do novo Bundestag, em outubro, recusaram-se a reservar uma cadeira de vice-presidente da Mesa ao presidente do Partido de Esquerda, Lothar Bisky. Uma nova candidata, Petra Pau, teve de ser apresentada.
As legendas antiliberais voltam-se para os eleitores descontentes com a mundialização e desorientados pela cializão, formada no governo federal, entre o Partido Social-Democrata e a União Cristã da primeira ministra Angela Merkel. As eleições regionais de 26 de março temperaram seus ardores. Se o Partido de Esquerda teve o seu melhor desempenho em Saxe-Anhalt, no Leste (24,1%), a Wasg não conseguiu, no Oeste, ultrapassar a barreira dos 5% na Renânia-Palatinado e em Bade-Wurtemberg.
Fonte: Le Monde