Ex-presidente Saddam Hussein volta a tribunal no Iraque

O Iraque retomou nesta quarta-feira o "julgamento" do ex-presidente do país Saddam Hussein, derrubado pela ocupação militar anglo-americana. acusado de ordenar o fuzilamento de 148 pessoas na aldeia de Dujail, em 1982, Hussein denu

O Iraque retomou nesta quarta-feira o "julgamento" do ex-presidente do país Saddam Hussein, derrubado pela ocupação militar anglo-americana. A sessão acontece um dia depois de Hussein ter sido indiciado pelo genocídio de curdos na década de 80, em uma campanha que matou cerca de 100 mil pessoas e que é atribuída pela mídia ocidental ao ex-dirigente do Iraque.

Hussein responderá às acusações em um segundo processo. No julgamento em curso, o ex-presidente e sete de seus ex-colaboradores são acusados pelo massacre de 148 xiitas em 1982 na cidade de Dujail. Eles podem ser condenados à pena de morte.

Durante a sessão, Hussein fez acusações, denunciou a ilegitimidade do tribunal e acusou o Ministério iraquiano de Interior de matar e torturar milhares de iraquianos. O promotor-chefe, Jaafar al Moussawi, questionou Hussein a respeito de sua suposta aprovação das penas de morte contra os 148 xiitas na Corte Revolucionária.

Hussein foi acareado pela primeira vez em relação ao assassinato de xiitas na cidade de Dujail, após uma tentativa de assassinato contra ele.

A promotoria apresentou supostos documentos revelando que 28 pessoas cujas execuções foram aprovadas por Saddam eram menores de idade.

O promotor-chefe Jaafar al-Moussawi apresentou supostas cédulas de identidade das vítimas e leu as suas datas de nascimento assinaladas nelas em voz alta. Hussein acabou desmontando a encenação, afirmando que as cédulas de identidade podem ter sido forjadas.

"Essas carteiras de identidade podem ser compradas no mercado. É a responsabilidade do chefe de Estado checar a identidade dos réus e ver quantos anos eles têm?". Hussein também afirmou que testemunhas de acusação receberam subornos e foram instruídas em relação ao que dizer.

Advogada retirada

Uma advogada de defesa de Hussein foi retirada do tribunal, em Bagdá, após haver tentado exibir fotos de iraquianos torturados em prisões administradas pelos ocupantes americanos. "É isso que os estadunidenses fizeram com iraquianos em Abu Ghraib", disse a advogada, mostrando as fotos.

No mesmo momento os policiais retiraram a advogada do tribunal, provocando protestos por parte dos outros advogados de defesa presentes. O juiz posteriormente concordou que ela retomasse seu lugar no tribunal e disse que ela "não seria punida" pela atitude que tomou.