Franceses bloqueiam ruas e trens em novo protesto contra lei antitrabalhista
Novos protestos irromperam hoje pelas ruas e estradas de ferro da França, contra a adoção do novo Contrato do Primeiro Emprego no país, lei antitrabalhista que permite aos empregadores demitir jovens até 26 anos sem quaisquer direitos trabalhistas. Trabal
Publicado 05/04/2006 14:42
Manifestantes bloquearam ruas, linhas de trem e serviços de entrega nesta quarta-feira na França para exigir a revogação do Contrato do Primeiro Emprego (CPE). Os protestos acontecem no mesmo dia em que líderes sindicais se reunirão com parlamentares para tentar contornar a crise.
Em Nantes, manifestantes bloquearam o tráfego no centro comercial da cidade por cerca de três horas. Em Toulouse (sul), caminhões dos correios foram barrados. Na cidade alpina de Chambery, estudantes bloquearam linhas de trens, segundo a rádio Europe-1.
De acordo com a polícia, 383 manifestantes foram presos na capital, onde 34 pessoas — entre elas, quatro policiais — ficaram levemente feridas. Outras 243 pessoas foram detidas em toda a França.
Doze sindicatos de trabalhadores e uniões de estudantes contrários ao Contrato do Primeiro Emprego (CPE) pediram hoje que o parlamento francês coloque em votação uma nova proposta de lei para anular a lei antitrabalhista ainda antes do próximo dia 17.
Em declaração conjunta, os trabalhadores unidos contra o CPE declararam que a condição para o início das negociações sobre uma nova lei sobre emprego e formação dos jovens é que o Parlamento revogue o CPE antes do feriado da Páscoa. Os trabalhadores e estudantes revelaram também que estão dispostos a continuar com a mobilização "sem excluir nenhum meio de ação".
Na proposta, se juntaram também aos trabalhadores e estudantes também se juntaram o Partido Comunista e outras forças, como o Partido Socialista, de centro e a principal força da oposição. O PCF defende a extinção do CPE e do Contrato do Novo Emprego, que é idêntico ao CPE, só que vale para todas as idades. CNE, que entrou em vigor em agosto, tem a mesma filosofia que o CPE — a demissão sem justificativa é possível nos dois primeiros anos de experiência —, mas afeta todas as idades e se aplica apenas a empresas com menos de 20 empregados.
A proposta para revogar o CPE deve ser votada antes do dia 17, pois o Parlamento entra em recesso por duas semanas depois do feriado. No entanto, os trabalhadores e estudantes tornaram a destacar, na nota conjunta, que encontrarão os parlamentares da UMP "não para negociar melhoras no CPE, mas para obter sua revogação".
Acompanhados pelos ministros de Coesão Social, Jean-Louis Borloo, e do Emprego, Gérard Larcher, os parlamentares da UMP devem receber nesta quinta-feira os representantes das organizações de estudantes. Após estes encontros, os parlamentares se reunirão com os líderes das patronais francesas.
Com agências internacionais