Ato lança Siqueira ao Senado e confirma apoio a Humberto Costa

A noite de ontem (06/04) selou a união entre o PCdoB e o PT para a disputa majoritária em Pernambuco. O ato político-festivo, realizado no Arcádia do Paço Alfândega, no Recife, reuniu cerca de 900 pessoas.

A noite de ontem (06/04) selou a união entre o PCdoB e o PT para a disputa majoritária em Pernambuco. O ato político-festivo, realizado no Arcádia do Paço Alfândega, no Recife, reuniu cerca de 900 pessoas, entre políticos, militantes, intelectuais, artistas e amigos da sigla comunista. O evento oficializou a pré-candidatura de Luciano Siqueira ao Senado e o apoio do Partido a Humberto Costa (PT), rumo ao Governo do Estado.

No palco, Renildo Calheiros (deputado federal), Luciana Santos (prefeita de Olinda), João Paulo (prefeito do Recife – PT), Luciano (vice-prefeito do Recife) e Humberto (membro da direção nacional do PT) mostraram um discurso afinado, em defesa do Governo Lula e do desenvolvimento do País e do Estado.

Renildo fez uma retrospectiva de momentos difíceis da história do Brasil, para dizer que, diante da radicalização da campanha, o PCdoB não irá se acovardar. “Mendoncinha (Mendonça Filho, atual governador e pré-candidato do PFL ao Estado) não deve ser subestimado, mas nós sabemos que temos o melhor candidato para comandar Pernambuco”, disse.

O deputado, que é vice-presidente nacional do PCdoB, ressaltou o passado político do petista: “Humberto foi o vereador mais votado no Recife, elegeu-se muito bem como deputado estadual e federal, aceitou uma dura disputa pelo senado, e, quando se candidatou ao Governo com poucas chances de chegar lá, conseguiu 40% dos votos nas urnas. É jovem, mas muito experiente. Mesmo no Ministério da Saúde, sempre esteve empenhado, utilizando sua proximidade com o Governo, para ajudar no desenvolvimento de Pernambuco.

Referindo-se à batalha pelo Senado, Renildo considerou que será um “duelo de titãs”, já que Luciano enfrentará Jarbas Vasconcelos, ex-governador do PMDB, que “rearticulou a direita do Estado”. “Sabemos que o Governo de Jarbas foi medíocre. Ele desmontou a Saúde e a Educação no Estado e levou Pernambuco para o topo das estatísticas de violência. Já Luciano, é um exemplo de capacidade e política.”

O prefeito do Recife afirmou que o ódio da direita por Lula remonta aos tempos da ditadura: “é uma tentativa de desmoralizar o Governo, ofuscando a geração de empregos, a estabilidade da economia, os ganhos sociais. Tentam desconstruir as nossas vitórias”.Ele destacou ainda a importância de Luciano para o êxito da sua gestão. “Um companheiro leal, dedicado, competente e discreto. A parceria entre nós dois é muito vitoriosa, tanto que estamos juntos no segundo mandato”.

Luciana Santos chamou a atenção para as conquistas do Governo Lula e falou da importância de Luciano para a sua formação política. “Estamos colocando na disputa o que há de melhor em nosso Partido”. O discurso mais emocionado da noite ficou por conta do próprio pré-candidato ao Senado. Luciano falou em tom pessoal, referiu-se à família e deixou com lágrimas nos olhos alguns de seus interlocutores.

Recordou o passado sofrido, quando deixou Pernambuco, perseguido pela ditadura militar, ao lado de Luci, sua mulher. “Fomos, com documentos falsos, para o interior de Alagoas, fingindo sermos vendedores ambulantes. Passamos o reveillon num abrigo modesto, deitados em um colchão no chão, à luz de lamparina, longe de todos. Em nenhum momento, cogitamos fazer nenhuma queixa. Porque aquilo era uma opção de vida. E hoje eu estou aqui com o mesmo sentimento de militante.”

O vice-prefeito reconheceu a dificuldade de enfrentar um candidato que já foi prefeito, governador e está o tempo inteiro em exposição na mídia. “Eu sempre evitei aparecer muito, porque acredito que, para ajudar João Paulo, eu precisava ser discreto. Mas Jarbas não é imbatível. Eu nunca enfrentei tempo bom. Não há conquista sem dor”.

Humberto Costa, que encerrou as falas da noite, foi responsável pelas palavras mais combativas. “A oposição vai tentar impedir nossa vitória porque ela afronta o projeto das elites. Ela não se conforma com o fato de as esquerdas terem feito em pouco tempo, o que eles não fizeram em décadas pelo Brasil. O PFL quer ter uma postura, no Estado, de democrata, de boa convivência com a esquerda, mas a gente sabe que não é assim. Em Brasília, está o tempo todo atacando e tentando impedir Lula de governar”, criticou.

Para finalizar, lembrou das pesquisas que apontavam João Paulo e Luciana como derrotados em 2000 e se mostraram equivocadas, quando os dois se elegeram. “É por isso que acredito na força na militância do PCdoB. Ela faz a diferença e é uma contribuição decisiva para a eleição de nossas forças”.

Do Recife,

Joana Rozowykwiat