Lideranças sindicais debatem com Marta Suplicy

A ex-prefeita de São Paulo e pré-candidata do PT ao governo paulista, Marta Suplicy, visitou nesta quarta-feira (12/04) a sede nacional da CUT, onde participou de debate e café da manhã com lideranças sindicais.

O presidente da CUT, João Antonio Felício, destacou a tradição plural da central, o significado e a importância da visita. “Temos uma expressão política muito forte em vários partidos, no PT, PCdoB, PSB, PDT. Sempre atuamos de forma aberta”, destacou Felício. “Para nós, o mais importante é pôr fim à hegemonia tucana em São Paulo — e tudo o que ela representa em termos de desmonte do Estado, privatização, queda na qualidade de serviços e precarização de direitos.”

O dirigente da CUT destacou que várias das iniciativas da ex-prefeita são exemplos para administrações municipais, estaduais e federais, como “o espaço de negociação coletiva com os servidores e os projetos sociais, que são motivo de orgulho, especialmente para a população mais pobre”.

Ponte – Marta denunciou que os tucanos estão desmontando um a um os avanços obtidos durante a gestão petista, com uma administração “faz-de-conta”, que abandona a saúde, a educação, o transporte e a segurança. “O PT conseguiu fazer uma administração muito diferenciada em São Paulo e no país. É como a música do Racionais, da Ponte: do lado de lá estão as elites de 500 anos, que sempre se locupletaram do poder público. Do outro, estamos nós, em defesa das conquistas da sociedade e da classe trabalhadora”, ressaltou.
De acordo com a ex-prefeita, é preciso que a militância cutista e os movimentos sociais levem essa mensagem à população: de que lado da ponte você está? “Como está hoje o ensino das crianças, a merenda, o uniforme? Como está o bilhete único, que vem sendo destruído? Para agregar e vencer, temos clareza que o mais importante é a reeleição do presidente Lula e temos de entrar na batalha, que vai ser muito dura, imunda, como já dá pra ver nos jornais”, declarou.
Condenando o desgoverno do PSDB-PFL, Marta lembrou que, em suas andanças pelo estado, visitou Faculdades de Tecnologia (Fatecs) sem banda larga, com computadores que não podem acessar a internet. “É um governo de faz-de-conta. De que adianta a escola aberta sem cinema, teatro, bibliotecas equipadas, telecentros, piscina? Foi o que me disse um companheiro em Lins, onde há três meses ele dá aula de computação num quadro negro, pois não há equipamento”, frisou.
Derrotar o tucanato – Marta destacou que há uma identidade entre Serra, Alckmin e Fernando Henrique na aversão ao desenvolvimento, ao descompromisso com a palavra empenhada e à atenção aos mais carentes. Enquanto o ex-prefeito abandonou a capital para se candidatar e Alckmin deixou o Estado andando para trás, “por ter entrado tarde na guerra fiscal e a perda de indústrias e empregos”, FHC em seu governo impôs à prefeitura de São Paulo que destine, durante os próximos 30 anos, 13% do seu Orçamento para pagar dívidas.
“Este é o PSDB. São esses que na Prefeitura da capital fazem um superávit de R$ 400 milhões, enquanto abandonam as áreas sociais e a população mais carente, sem educação, saúde, transporte e segurança”, condenou. A ex-prefeita lembrou a participação em seu secretariado de várias lideranças cutistas, como Mônica Valente e Kjeld Jakobsen, ressaltando o compromisso de governar com os sindicatos e os movimentos sociais.