Corte de luz nos trens prejudicará 400 mil passageiros

Na semana passada, a população foi surpreendida com a possibilidade do corte de luz nos trens do Rio de Janeiro, o que prejudicaria 400 mil passageiros. A Light ameaçou cortar o fornecimento de energia elétrica por causa

A Light poderá cortar o fornecimento de energia elétrica para a Supervia a partir do dia 20. As interrupções devem ser feitas em horários e estações de menor movimento e começar nos fins de semana.

A Supervia assumiu a concessão dos trens no dia 1º de novembro de 1998, no processo de privatização promovido pelo governo neoliberal de Marcelo Alencar (PSDB). Mas na verdade foi entregue apenas a bilheteria, pois a reforma das estações e os novos trens ficaram a cargo do governo do estado. Segundo a própria empresa, depois de assumirem a estatal houve um salto no número de passageiros: no início, eram 145 mil pessoas transportadas por dia. Atualmente, esse número se aproxima dos 400 mil passageiros. Mesmo assim, a Supervia está em dívidas com a Light.

O Ministério Público estadual estuda medidas judiciais para obrigar o governo a rescindir o contrato de concessão com a SuperVia, caso haja a interrupção na prestação de serviço. A SuperVia entrou com um pedido de liminar para suspender os efeitos de um aviso de corte de luz, feito pela Light no dia 4, mas ele foi negado.

A juíza Ana Lúcia Vieira do Carmo, da 21ª Vara Cível, entendeu que a Supervia não está cumprindo um acordo judicial feito em 2005. Segundo o acordo, a Light não poderia suspender o fornecimento contanto que a concessionária do serviço de trens pagasse as contas em dia a partir de janeiro deste ano, o que não foi feito.

A Secretaria estadual de Transportes divulgou uma nota na qual informou que poderá assumir o comando dos ramais ferroviários caso a questão não seja resolvida. Mas, ao explicar a nota, o próprio governo acrescentou que só fará isso se a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agtransp) decidir suspender a concessão do serviço para a Supervia. O estado acrescentou que não quitará a dívida.

Independente da solução final, é preciso que o descalabro promovido pelo PSDB e PFL  com as privatizações no Rio de Janeiro não prejudique 400 mil trabalhadores e estudantes, quase a totalidade proletários que dependem dos trens para o deslocamento diário.