'Aliança contra o imperialismo, em defesa da integração solidária'

Em nome do Instituto Maurício Grabois e da Fundação Perseu Abramo, Adalberto Monteiro fez, neste sábado (22/04), o discurso de abertura da conferência “Por uma Nova Vitória das Forças Progressivas no Brasil — F

O Instituto Maurício Grabois e a Fundação Perseu Abramo, ao promoverem este debate sobre a sucessão presidencial, no âmbito do 2o  Fórum Social Brasileiro, partem da convicção de que nenhum país, nenhuma pátria tornou realidade seus projetos de emancipação sem a mobilização e a luta de seu povo.

A luta pela poder, a disputa pela presidência da República que já se desenrola em acirrado confronto, é tema, sim, de primeira-grandeza para o povo e seus movimentos, para os trabalhadores e suas entidades. Não é assunto restrito aos partidos políticos, como alguns erroneamente julgam.

O povo e seus movimentos são os mais interessados em participar e influenciar de modo decidido no desfecho desse confronto já em andamento.

Na década de 90, os movimentos sociais e os partidos políticos populares e democráticos organizaram e empreenderam a resistência à ofensiva neoliberal.

Em 2002, essa resistência — essa unidade dos partidos de esquerda, dos movimentos sociais — se constituiu no núcleo de uma frente ampla que elegeu Lula presidente do Brasil.

Durante o mandato de Lula, os movimentos sociais se fortaleceram, mantiveram sua necessária autonomia e reforçaram suas jornadas para tornar realidade suas bandeiras.Na razão de suas forças, foram às ruas com críticas e proposições, com protestos e pauta de reivindicações, com propósito de pressionar e impulsionar o governo para realizar as mudanças.

Todavia, a parte mais consciente dos movimentos nunca perdeu de vista a questão essencial— o poder político.

Assim, em 16 de agosto do ano passado, no ápice da investida golpista da direita para desestabilizar e inviabilizar um governo democrático — filho de suas lutas —, os movimentos sociais, sob a liderança da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), realizaram um histórico ato público contra a desestabilização do governo, contra a corrupção e pela conquista de suas reivindicações. Os movimentos sociais disseram e dizem “não” ao golpismo da direita e aos que equivocadamente fizeram e fazem o jogo do conservadorismo.

Como se disse, a sucessão presidencial está em curso; e os campos, demarcados.

Se as forças progressistas, populares, patrióticas conquistarem um novo mandato presidencial, com a reeleição de Lula, as mudanças, no sentido da democracia, da soberania nacional, dos direitos do povo, avançam. Contudo, se o conservadorismo neoliberal vencer, com Geraldo Alckmin, o país retrocede aos 90 — às privatizações, ao autoritarismo, ao corte dos direitos dos trabalhadores, ao sucateamento dos serviços públicos.

Além disso, está em jogo o processo de integração solidária da América Latina. Um preposto de Washington, tal e qual é Alckmin, na presidência seria uma barragem ao avanço da luta por soberania, desenvolvimento, democracia, que se fortalece nesta parte sul das Américas.

Que este debate — que este Fórum Social Brasileiro — contribua para forjar uma ampla frente partidária e dos movimentos para barrar o retorno da direita e avançar nas mudanças.

Permitam-me, para encerrar, fazer uma saudação especial. Nesta mesa, além dos estimados companheiros compatriotas, temos a participação do tenente-coronel Héctor Herrera Jiménez, presidente da Frente Cívico Militar Bolivariana da Venezuela — Venezuela democrática, patriótica, Venezuela revolucionária, do presidente Hugo Chávez.

No Fórum Social Mundial de Caracas, a Frente Cívico Bolivariana, a Fundação Perseu Abramo e o Instituto Maurício Grabois promovemos um vitorioso evento em defesa da integração latino-americana.

Companheiro Hector Herrera, que você se sinta na sua casa, na sua pátria, do mesmo modo como nós, brasileiros, nos sentimos em Caracas.

Julgamos que seria imprescindível a presença da Venezuela neste Fórum, nesta mesa. Na Venezuela, também ocorrerá eleição presidencial. Também lá, a elite, a direita, tenta retornar ao poder.

Ademais este Fórum se realiza em Pernambuco, terra do general Abreu e Lima, esse brasileiro que bem representa a amizade, a cooperação, a solidariedade que regem as relações entre os dois povos e países.

Abreu e Lima que simboliza a aliança entre o Brasil do presidente Lula e a Venezuela de Hugo Chávez, parceria em prol do desenvolvimento e do bem-estar do povo, parceria em defesa soberania e democracia de todos os países da América Latina.

Aliança contra o imperialismo, em defesa da integração solidária.

Bom debate a todos nós!