PSDB usa slogan de FHC para alavancar Alckmin em propaganda da TV

"Gente em primeiro lugar". O slogan, usado nas campanhas eleitorais de Fernando Henrique Cardoso à Presidência em 1994 e 1998, voltou a ser entoado pelo PSDB na propaganda partidária. Num tom enérgic


O uso do slogan aproxima o pré-candidato do ex-presidente que, segundo pesquisas, tem taxa de rejeição altíssima. A meta dos programas é alavancar a popularidade de Alckmin, que anda em baixa.

Na última pesquisa Datafolha, o ex-governador paulista manteve o segundo lugar com 20% de intenção de votos, mas perdeu pontos com relação à pesquisa anterior (tinha 23%) e viu o ex-governador fluminense Anthony Garotinho (PMDB) se aproximar, com 15%. Lula lidera com 40%. Além disso, o PFL ameaça não se coligar formalmente com os tucanos.

Em uma das peças publicitárias, o ex-governador de São Paulo bateu no governo federal, atacando a taxa de juros e a carga tributária. Lançou o bordão "menos impostos, mais empregos" e –"esquecendo" que seu partido é o principal defensor do superávit primário– afirmou que o governo federal erra ao produzir superávit primário para pagar juros em vez de ajudar "os mais pobres".

O pré-candidato destacou algumas realizações de governos tucanos para sustentar que o PSDB é a melhor opção para governar o Brasil.

Alckmin destacou o corte nos impostos que determinou quando estava à frente do Estado de São Paulo. Argumentou que a isenção fiscal barateou pão, farinha, sapato e roupas, entre outros itens. Também citou o "choque de gestão" levado a cabo por Aécio Neves em Minas Gerais e ações dos governadores tucanos em Goiás e na Paraíba.

De São Paulo, Alckmin também citou o Bom Prato, rede de restaurantes populares que servem refeições a R$ 1. De Goiás, administrado por Marconi Perillo, o pré-candidato citou o Cheque Cidadão, espécie de Bolsa-Família local. Da Paraíba, governada por Cássio Cunha Lima, Alckmin destacou obras de saneamento básico.

Hipocrisia de sobra

A propaganda tucana, de caráter nitidamente eleitoral, revela a hipocrisia da oposição de direita que, na semana passada, obteve do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liminar contra propaganda exibida pelo Partido dos Trabalhadores no horário gratuito no rádio e na TV. Com a liminar, concedida pelo ministro Ari Pargendler do TSE, a propaganda petista ficou suspensa por três dias. Os anúncios comparavam as administrações do presidente Lula com as do ex-presidente FHC e do ex-governador Geraldo Alckmin.

Tucanos e pefelistas alegaram, nas ações, que o programa do Partido dos Trabalhadores teria sido produzido para promover eleitoralmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PT fez mudanças nos anúncios e conseguiu voltar a veicular a propaganda.

Mas, ontem, o PFL entrou com novo pedido de liminar no TSE para proibir a propaganda partidária do PT, em rádio e TV e em todo o país, no segundo semestre.

Segundo o TSE, como não há propaganda partidária no segundo semestre, mas apenas eleitoral, a proibição, se for concedida, valerá para o primeiro semestre de 2007. PSDB e PFL conseguiram vitórias em três representações e foram rejeitadas em uma.

Além da liminar do TSE que proibiu a reapresentação do programa do dia 18, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) proibiu a reapresentação de anúncios do PT que citavam o pré-candidato ao governo paulista José Serra (PSDB) e a circulação do Jornal da CUT (Central Única dos Trabalhadores) com denúncias contra o governo Geraldo Alckmin.

Propagandas da Petrobras estão mantidas

Ontem, o Tribunal rejeitou uma quarta representação, que tentava proibir propagandas da Petrobras.

O Corregedor-Geral do TSE, ministro Cesar Asfor Rocha negou nesta o pedido do Diretório Nacional do PSDB para suspender a veiculação da campanha institucional da Petrobras que abordava a conquista daauto-suficiência em petróleo.

Os tucanos alegam que a propaganda exalta o governo do presidente Lula. O ministro negou, também, o pedido para a abertura de investigação judicial para apuração de abuso do poder político e econômico em favor do presidente Lula.

De acordo com o PSDB, "é notório o empenho que o Governo Federal e entes paraestatais têm feito na divulgação de seus feitos, com evidente influência na campanha eleitoral que se avizinha. Daí porque está caracterizado o abuso de poder".

Mas o ministro Cesar Asfor afirma que "no caso em exame, ao ver e rever detidamente o encarte publicitário de que se cuida, percebe-se, sem nenhuma dúvida, a exaltação, apenas, ao auspicioso intento de ter o Brasil alcançado a sua auto-suficiência na produção de petróleo, com loas, como não poderia deixar de ser, à Petrobras. Nada mais que isso, sequer insinuação a que tal conquista deve ser lançada apenas ao Governo atual".

Da redação,
com informações das agências