Alckmin vai à luta para “salvar a aliança” PSDB-PFL

Para “salvar a aliança” PSDB-PFL, o presidenciável conservador Geraldo Alckmin reúne-se nesta quarta-feira (26) com a bancada do PFL no Senado, e os governadores pefelistas da Bahia e Sergipe. E o presidente do PSDB, senador Tasso Jerei

A Bahia é o principal exemplo, entre oito, de realidade local onde os interesses dos dois partidos do bloco conservador entram em choque. A reeleição do atual governador, Paula Souto, é vital para o Grupo Carlista, chefiado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Mas o PSDB local, tradicionalmente anticarlista, recusa-se a apoiá-la. Na eleição de 1998, a mesma divergência levou a uma cisão dos tucanos baianos, respolvida porque Fernando Henrique Cardoso, ao se reeleger, teve como contentar as alas rivais. Agora, sem o governo federal e com Lula em primeiro lugar nas pesquisas, a contenda pode ser mais grave.
Os outros Estados em litígio são Sergipe, Goiás, Distrito Federal, Maranhão, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amazonas. Em outras 19 unidades da Federação, diz-se que os problemas estão resolvidos.
Para Bornhausen, coligação ainda é “desejo”
Porém os problemas têm volume suficiente para o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), colocar na condicional a coalizão com o PFL para presidente. A principal chamada do site do PFL afirmava hoje pela manhã que Bornhausen “mantém as conversações” sobre a aliança entre os dois partidos para disputar a Presidência. Mas que o senador “apenas reafirmou o desejo do PFL de confirmar a aliança com os tucanos para apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin e derrotar o presidente Lula e o PT nas urnas”.

 

A nota menciona as “conversas” sobre “questões regionais”, assinalando que “em alguns Estados há divergências”. Em outra declaração, o senador que deseja “acabar com essa raça por 30 anos” minimizou a hipótese de um rompimento. "Essa é uma possibilidade, não uma probabilidade", comentou, no que já pode soar como uma ameaça para o PSDB e seu projeto presidencial.
De olho no tempo de TV de Alckmin
Dentro e fora do PFL, estuda-se abertamente a opção de uma aliança informal para a Presidência da República, em vez de uma coligação e a presença de um vice pefelista e nordestino na chapa de Geraldo Alckmin. A alternativa liberaria o partido para confrontar-se com os tucanos nos Estados, sustentando ao mesmo tempo a causa comum anti-Lula na disputa presidencial. Mas o preço iria muito além da desmoralização da aliança conservadora: Alckmin perderia preciosos minutos de tempo de TV.
Com uma coligação formal, Alckmin teria 15 minutos por bloco, o maior tempo entre os presidenciáveis (numa grade que considera a manutenção da candidatura peemedebista de Anthony Garotinho). Sem ela, cairia para 9 minutos, ficando em terceiro lugar, atrás de Lula e de Garotinho. Um preço que pode se revelar excessivo, para uma candidatura que aposta explicitamente na força da TV para levantar vôo nas pesquisas.
Com agências