Polícia de São Paulo indicia Palocci por quatro crimes

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi indiciado nesta quinta-feira (27) pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, acusado de quatro crimes por irregularidades encontradas em contratos de limpeza urbana firmados quando era prefeito de

Nas investigações a cargo da Polícia Civil de São Paulo, o ex-ministro vai responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato e falsidade ideologia, no período em que ele ocupava a prefeitura. Já a Polícia Federal investiga as acusações de quebra de sigilo funcional, quebra a de sigilo bancário, prevaricação e denunciação caluniosa, no episódio do caseiro Francenildo Costa.

O ex-ministro prestou depoimento hoje, durante duas horas e meia, na sede da Polícia Federal em Brasília. Ele foi ouvido pelo delegado chefe da delegacia de Capturas de Polícia Interestadual, Antonio Admar Brandão, e pelo delegado Amarildo Fernandes.

"A gente nunca teve a preocupação de investigá-lo porque era ministro, isso não cabia a nós. Agora vamos apurar. Já há evidências de que ele tinha participação. Ainda não conseguimos saber se o dinheiro ia para o Partido dos Trabalhadores", disse de Angelis, referindo-se à exeistência de supostos contratos ilegais à época que Palocci era prefeito.
Os argumentos da defesa

Na saída do depoimento, Palocci não deu declarações à imprensa. "Ele negou, repudiou e repeliu veementemente”, relatou aos jornalistas o seu advogado, José Batocchio.
A defesa argumenta que não há provas que incriminem o ex-ministro. "Eu não sei se ele foi indiciado. Se houve, é um absurdo jurídico, uma heresia, não há razão pra isso porque não se recolheu nenhum indício", disse Batocchio.

O advogado argumentou também que Palocci "não teve participação direta" na assinatura dos contratos de lixo da da prefeitura de Ribeirão preto. "A concorrência foi feita na gestão anterior, portanto, por outro prefeito. Ele recebeu contrato já licitado e em execução, que teve continuidade. Não existe um contrato ou termo de continuidade assinado por ele", afirmou, em referência à empresa Leão Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo no município.
Segundo Batocchio, as acusações de hoje surgiram de intrigas políticas. "Num ano eleitoral, quais as forças atuam? O fator político interfere", argumentou.

Conforme o promotor José de Angelis, a carta precatória "já veio com a determinação de indiciamento". Segundo o promotor, o depoimento "não era dispensável, pelo direito de defesa" e pela possibilidade, sempre existente, de possíveis acusações a outras pessoas. Sobre o questionamento dos jornalistas de que o dinheiro desviado da prefeitura abasteceu o PT, o promotor afirmou que "isso ainda não foi apurado".

Com agências