Renato Rabelo: “PCdoB já decidiu, está com Lula”
"O PCdoB já decidiu, o nosso lado é ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva", anunciou nesta sexta-feira (28) o presidente desta agremiação, ao falar como convidado no ato de abertura do 13º Encontro Nac
Publicado 29/04/2006 00:09
Ao falar para os 1.200 delegados ao Encontro, Renato Rabelo expôs algumas linhas de conduta do seu partido nesta eleição. "O PCdoB não é a esquerda que a direita gosta; o PCdoB é a esquerda que a direita abomina", comentou, distanciando-se das legendas que se proclamam de esquerda mas atuaram na crise política em unidade de ação com o bloco conservador PFL-PSDB. "Não somos mercadores de ilusões", agregou.
O PCdoB foi o único partido brasileiro a enviar seu presidente para saudar o Encontro petista, enquanto o presidente do PSB, deputado Eduardo Campos, se fez representar por Carlos Siqueira. Ja as delegações estrangeiras somaram 45 representantes de 30 organizações e 16 países — entre eles uma numerosa representação argentina, convidados vindos da China, Itália e Alkemanha — demonstrando o quanto o processo eleitoral brasileiro já desperta interesse no exterior.
"Uma aliança ampla"
O dirigente comunista entrou também no debate sobre as alianças eleitorais,m que deve concentrar as atenções no Encontro do PT. "Nós não confundimos o programa do nosso Partido com um programa de governo. O programa de governo tem que reunir maioria, se não for assim, não tem consequência", observou.
"Queremos dizer para os companheiros do PT: é necessária a nossa unidade para que consigamos ampliar as nossas forças", disse Renato. Ele adefendeu "uma aliança que tenha como núcleo os partidos de esquerda, mas uma aliança ampla, que permita governar o nosso país".
O papel continental do governo Lula
Boa parte da saudação de Renato aos petistas se deteve na política de integração sul-americana conduzida pelo governo federal, em contraste com o "cosmopolitismo de cócoras" praticado pelos neoliberais. Portanto, afirmou, "a vitória de mais um governo Lula vai dar mais perspectiva", enquanto "a nossa derrota seria água fria" para o movimento de resistência que cresce na América do Sul. Ele fez "uma comparação histórica", situando o governo Vargas como integrador do Estado brasileiro, a administração JK como integradora do país e a gestão atual enquanto integradora do continente. "A singularidade do governo Lula é a integração do continente", enfatizou.
Renato Rabelo, como o presidente da CUT, João Felício, que o antecedeu falando em nome da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), destacou a reunião de terça-feira passada, entre representantes de entidades de massas e partidos de esquerda. "Estamos preparando uma grande manifestação em meados de junho, para dizer a essa gente que o mandato de Lula é sagrado para o povo". Em outra passagem, referiu-se a "essa gente" como "as forças da direita, essas forças velhacas do nosso país".
Ao mesmo tempo, o dirigente comunista defendeu que "o novo mandato de Lula não é uma simples continuidade". Para ele, "é preciso abrir um novo ciclo de desenvolvimento continuado, com distribuição de renda".
De São Paulo,
Bernardo Joffily