Lula prega “um choque de inclusão social”, mas “de verdade”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (28) que o Brasil precisa de um grande choque de inclusão social, "mas, de verdade”. “Precisamos de um choque que possa garantir que os milhões de brasileiros que estã

Lula falou em entrevista coletiva após participar da inauguração do Centro de Distribuição das Casas Bahia, em São Bernardo do Campo (SP). Ele visitou também o 2º Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, na zona norte de São Paulo.

"Nós vamos fazer comparações"

Indagado sobre o lema de Alckmin, Lula não respondeu diretamente. "Nem sei se eles, os tucanos, falam isso (choque de inclusão social). O que sei é que vamos fazer comparações entre o que nós investimos em política social; o que nós investimos na parte mais pobre da população e o que eles investiram durante todo o tempo em que estiveram no governo federal ou nos governos estaduais. É só fazer a comparação Estado por Estado", afirmou.

O presidente advertiu que "acabou o tempo daqueles que falam que o Brasil precisa primeiro crescer para só depois distribuir. Estamos provando que é possível crescer e distribuir ao mesmo tempo. Distribuir ajuda o Brasil a crescer", disse.

Campanha, só em julho

Perguntado se já começou a campanha, Lula negou: "Não comecei. O que eu tenho é de trabalhar até 31 de dezembro. E só preciso decidir (sobre a reeleição) até 31 de julho”. Ele classificou o seu discurso como “um discurso de alguém alegre, porque vamos ter um 1º de Maio em que 90% dos trabalhadores tiveram aumento real dos salários. Estou feliz porque os trabalhadores tiveram aumento real, estou feliz porque a economia está crescendo, os empregos surgindo e os empresários acreditando no Brasil", concluiu.

"Quem vai coordenar a campanha, se eu decidir ser candidato, será o presidente do partido", disse Lula, sinalizando que já escolheu como coordenador o presidente petista, deputado Ricardo Berzoini (SP). Mas insistiu que só decide sobre a reeleição no fim de junho. “Até lá o meu papel é viajar pelo Brasil, inaugurar as obras que começamos a construir e governar", declarou.

O presidente se mostrou preocupado com a política de alianças do PT, tema controverso no Encontro Nacional que a sigla da estrela inicia hoje em São Paulo. "Precisamos construir uma política de alianças com todos os Estados da Federação", opinou.

Lula sugeriu ao partido que inicie desde já a aproximação com outras legendas. "Se o PT decidir fazer acordo com PMDB, PSB, PL, PV, é com essas pessoas que vamos fazer a campanha. Mas isso depende do partido e eu tenho dito ao PT que eu não vou me definir pela candidatura antes do prazo limite, de 30 de junho", reiterou. "Agora, o PT não pode ficar parado, não pode ficar esperando eu me decidir", adicionou.

"Os juros vão continuar caindo"

O presidente negou que exista uma disputa entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre a política de juros. “Não tem disputa entre o Mantega e o Banco Central. Se alguém tem divergência com alguém, essa divergência será dirimida pelo presidente da República. Nem o Banco Central está lá para divergir com o Guido nem o Guido está lá para divergir com o Banco Central”, disse Lula.

Ele lembrou que o corte de 0,75 ponto percentual feito na última reunião de política monetária do Banco (nos dias 18 e 19 deste mês) faz parte de uma série. “É a sétima queda de juros consecutiva, os juros vão continuar caindo, a situação econômica está sólida, o país está crescendo, o salário está aumentando, e é isso que interessa ao povo brasileiro”, afirmou.

Com agências