PDT tenta achar um rumo em Curitiba para a eleição

A cúpula nacional do PDT se reúne hoje em Curitiba para discutir a política de alianças do partido e a sucessão presidencial com o senador Osmar Dias. Pré-candidato ao governo, Osmar vai receber o presidente nacional do PDT, Carlos Lu

Há meses esperando uma posição da direção da sigla sobre como irá participar da disputa presidencial – se com ou sem candidatura própria -, Osmar dissipou ontem as expectativas sobre uma decisão final sobre o assunto no encontro de hoje, que será realizado no Centro de Convenções Embratel. Segundo o senador, que depende desta resposta para levar adiante sua candidatura ao governo, já que a regra da verticalização limita as alianças regionais para os partidos que lançarem candidato a presidente, a conversa de hoje é mais uma entre as várias já realizadas pelo partido em diversos estados. Osmar disse que a posição final do partido poderá ser fechada no próximo dia 23 de maio, quando se reunirão em Brasília os integrantes da executiva nacional, os presidentes estaduais da sigla e os membros do conselho político.

Hoje, conforme o senador, os pedetistas do Paraná terão a oportunidade de expor suas posições. Osmar disse que não mudou a sua. Acredita que para vencer a cláusula de barreira – a regra que exige que os partidos façam 5% dos votos no país para continuar sendo reconhecido no Congresso Nacional – o PDT deveria abdicar da candidatura à presidência para deixar o partido livre a fim de facilitar acordos eleitorais nos estados.


Fato novo

Até o encontro de Brasília, por enquanto, o único fato novo apontado pelo senador é a negociação entre o PDT e o PPS para formar um palanque único na sucessão presidencial. Osmar avalia que há boa vontade dos dois lados e que a conversa pode evoluir para uma coligação em torno de um candidato único, que ainda não se sabe se virá do PDT ou se será o deputado federal Roberto Freire, pré-candidato do PPS à presidência da República. Mas se sair um acordo nacional, Osmar terá que trocar seus interlocutores no Paraná, o PFL e o PSDB, pelo PPS. E aí, surge um outro problema. O PPS tem um pré-candidato ao governo do Paraná, o ex-deputado Rubens Bueno.

Osmar disse que as mutações desse cenário são a principal prova de que não há como ele decidir sobre a candidatura, neste momento, quando todo o quadro nacional do seu partido está indefinido. "Alguns setores da imprensa do Paraná dizem que eu estou hesitando na candidatura. Mas a verdade é que, depois da verticalização, ficou impossível decidir no Estado, sem ter uma definição nacional", afirmou o senador, citando que não pode assumir compromissos com outras siglas antes de uma posição final do partido.

O senador pedetista não vê problemas em conversar com Rubens Bueno no Paraná e considera a aliança entre PDT e PPS uma boa composição. Mas vai esperar que as conversas se concluam entre as direções nacionais das duas siglas, antes de iniciar essa articulação. Osmar disse que não quer ser atropelado pelas decisões finais.

À tarde, depois da conversa com Osmar, os pré-candidatos do PDT vão apresentar suas propostas aos filiados do Paraná. Esse será o momento em que as lideranças estaduais também vão expor suas opiniões sobre a necessidade de ter ou não candidato à presidência da República.

Tucanos avaliam pesquisa eleitoral

O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) se reúne na próxima segunda-feira, dia 8, com a bancada estadual tucana, para conhecer e analisar os resultados de duas pesquisas de intenções de votos para o governo estadual. Uma delas foi encomendada pelo senador Alvaro Dias (PSDB) e outra pelo deputado federal Ricardo Barros (PP). Gustavo é o nome alternativo que o PSDB tem para disputar a sucessão estadual se não prosperar a aliança em torno da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo.

Nas duas pesquisas, foram realizadas simulações com o nome de Gustavo como candidato à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB). Mas o deputado ainda hesita em assumir publicamente que poderá disputar o governo do Estado.

Entretanto, o presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do partido, Hermas Brandão, disse que Gustavo já demonstrou internamente a disposição de concorrer ao Palácio Iguaçu. "Ele está com coceira", brincou o deputado tucano.
Já o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, afirmou que nada mudou no quadro local. E disse que, enquanto não forem encerradas as conversas nacionais sobre a sucessão presidencial, o partido não tem outra alternativa a não ser esperar. "É um exercício de paciência", resumiu.

Elizabete Castro – Paraná-Online