EUA e direita brasileira pressionam Lula, diz Chávez

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo pressões para tomar uma atitude dura contra o governo da Bolívia, que decretou no dia 1° deste mês a nacionalização de suas reservas de gás e petróleo no país, disse o presidente venezuelano, Hugo Cháve

A afirmação foi destaque de jornais bolivianos na sexta-feira (12). Segundo o diário La Razón, Chávez afirmou que Lula disse a ele em particular: "Chávez, alguns aqui me pedem para tomar uma atitude dura contra a Bolívia, mas não vou tomá-la". O presidente venezuelano disse ainda, segundo o La Razón, que alguns setores no Brasil e nos Estados Unidos "querem que Lula mande uma coluna de tanques de guerra para resgatar o campo de gás onde a Petrobras opera".

Chávez disse que "Lula é um homem consciente, de grande sensibilidade, e está submetido a uma infinita pressão todos os dias." As declarações de Chávez também foram mencionadas em reportagem do diário boliviano El Mundo. "Não haverá ruptura, como querem alguns, entre o Brasil e a Bolívia, nem entre a Argentina e o Uruguai", disse Chávez. O presidente venezuelano disse que, "além das conjunturas, há uma forte vocação à integração sobretudo entre dois países como a Venezuela e o Brasil, que não têm nenhum problema histórico grave pendente, como há entre outros países".

Confirmando as palavras de Chávez, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu que os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez, mostrem-se "responsáveis" com a utilização de seu petróleo e gás e "trabalhem em cooperação com investidores estrangeiros". Por meio de seu porta-voz em Viena (Áustria), Ian Gleeson, Blair disse: "(Venezuela e Bolívia) devem utilizar seus recursos energéticos de maneira responsável e de acordo com seu próprio interesse econômico. Devem trabalhar em cooperação com os investidores estrangeiros".

Com agências