Greve no Espírito Santo mobiliza 50 mil

Nesta quinta-feira (18) haverá assembléia geral, na Praça Oito, às 15 horas, para avaliar a greve dos trabalhadores da construção civil e montagem no Espírito Santo. Estima-se a presença de cerca de 20 mil operári

A greve geral completa sete dias nesta quarta-feira. Com a adesão de operários de Guarapari e São Mateus ao movimento iniciado na capital Vitória, o número de grevistas chega a cerca de 50 mil. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 16,6%, elevação do valor da cesta básica de R$ 65,00 para R$ 80,00, isenção no desconto em folha do vale-transporte, hora-extra a 50% durante a semana e 100% aos sábados, e pagamento dos dias parados.

Os patrões ofereceram 10% de aumento, mas a proposta foi rejeitada pelos companheiros. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Similares (Sintraconst-ES) estima que mais de 800 obras estão paralisadas, incluindo as gigantes Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) e Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Resistência –
Piquetes estão espalhados em várias obras estratégicas. Pela estimativa do presidente do Sintraconst, Erci Nicolau, a greve tem adesão de mais de 90% da categoria. “A peãozada está decidida a não arredar o pé. Vamos até o fim. É fato concreto, e até bem divulgado pelo governo e pelos empresários, que a economia do Espírito Santo está crescendo acima da média nacional. Mas este crescimento não está garantindo uma melhor qualidade de vida para os operários, que são quem constroem este Estado”, enfatizou o sindicalista.

Erci ressaltou que o movimento é pacífico e a cada dia tem mais adesões. “Os operários da construção civil e montagem têm os menores salários do Estado. O Espírito Santo é a ‘menina dos olhos’ do País, é um Estado rico, está em franco desenvolvimento. Mas esta riqueza tem que chegar à mesa do trabalhador. Para isso, contamos também com o apoio da população. E a nossa luta continua”, frisou.

Crescimento – O movimento grevista começou com os trabalhadores da empresa Andrade Gutierrez, empreiteira da CST. Após 15 dias parados, os operários suspenderam a greve para negociar o Acordo Coletivo. Como as negociações travaram, cerca de 14 mil trabalhadores da área da CST cruzaram os braços. O movimento cresceu com a adesão de trabalhadores de diversas obras espalhadas no Espírito Santo.