FMI defende “reforma” trabalhista em países pobres

A diretora adjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, disse que para solucionar o problema da brecha entre o mercado de trabalho formal e o informal nos países “em desenvolvimento” é preciso dar maior flexibilidade ao primeiro.

No discurso no primeiro dia do Fórum da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Krueger afirmou que em muitos países “em desenvolvimento” a regulamentação trabalhista impediu o aumento da produtividade e a polarização do mercado de trabalho. A diretora do FMI disse que se cria uma brecha entre o setor formal, no qual os empregados estão muito protegidos, mas que está estagnado, e um sistema informal sem garantias para os trabalhadores.

 

Krueger afirmou que em um país “emergente” como a China, à medida que se desenvolva, os trabalhadores desejarão chegar a postos cada vez mais produtivos e serão gerados problemas de escassez de mão-de-obra nos setores de baixa qualificação e com piores salários. No mesmo debate, o presidente do sindicato americano AFL-CIO, John Sweeney, afirmou que as garantias dos direitos humanos e sociais deveriam ser levadas em conta nos acordos de liberalização comercial.

 

Sweeney afirmou que a entrada da China e da Índia na economia mundial representa um grande desafio, se for levado em conta que nos últimos 15 anos a mão-de-obra dobrou no mundo. A conseqüência disto foi a queda nos salários. "É preciso garantir que o nivelamento será feito por cima, e não por baixo", afirmou. Para Sweeney, o modelo trabalhista dos países nórdicos europeus é um modelo de equilíbrio. O Fórum da OCDE termina nesta terça-feira, quando começa o Conselho de ministros da organização com uma análise da situação econômica geral e a apresentação do relatório semestral de Perspectivas.

 

Com agências