Termina campanha eleitoral na Colômbia

Depois de encerrado, ontem, o prazo das campanhas eleitorais em praças públicas, os candidatos à presidência da Colômbia têm agora os últimos dias para convencer os eleitores de que participem da elei

Órgãos oficiais calculam que apenas 12 milhões dos pouco mais de 26 milhões de inscritos participarão da votação. Entre os fatores que determinam o elevado número de abstenção, está a tradicional apatia dos colombianos com o pleito. Mas este ano há ainda o agravante de que na segunda-feira (29) será feriado no país, o que levará muitas pessoas a viajar.

 

Para muitos colombianos, a reeleição do presidente de ultradireita Álvaro Uribe já está certa e por isso nem vale a pena participar. Mas ameaçado pelo crescimento relâmpago de seu principal opositor, Carlos Gaviria, Uribe tem insistido nos diferentes lugares que visita que seus simpatizantes não contem com essa certeza e votem.

 

De acordo com a última pesquisa divulgada, Uribe conta com uma intenção de votos de 54,7% que tem se mantido estável, mas o candidato da oposição Carlos Gaviria vem crescendo bastante nas intenções e já chegou a 23,7%, 20,2 pontos a mais que três meses atrás. A força de Gaviria, o candidato da oposição Pólo Democrático Alternativo, ficou comprovada pela receptividade popular que recebeu ao chegar à Praça Bolívar da capital, algo que Uribe não conseguiu ao realizar um ato no mesmo lugar – considerado emblemático para todos os candidatos à Presidência.

 

Analistas locais ouvidos pela Agência Prensa Latina concordam que se fosse pelas pesquisas, ganharia Uribe, mas se fosse pelas concentrações públicas, o êxito seria para Gaviria. Diante de 30 mil seguidores, Gaviria lançou fortes críticas ao governo de Uribe, que considerou incapaz de solucionar os múltiplos problemas do país, como a pobreza, a exclusão social, a violência e o narcotráfico, entre outros. Ele expressou sua segurança de que “é factível inclusive ganhar Uribe no primeiro turno”.

 

Os colombianos ainda estão em tempo de se dar conta de que não podem permitir a reeleição do presidente que governou para uma minoria elitista, que fica com 95% dos recursos econômicos, deixando para o resto somente uma opção de miséria. Gaviria, que é apoiado pelo Partido Comunista Colombiano, reiterou o desequilíbrio que se tem dado ao longo desta campanha, já que o presidente-candidato gozou de todos os benefícios para fazer proselitismo, enquanto que os demais candidatos se vêem quase obrigados a debater entre si.

 

“Nunca havia sido mais claro o dilema para o povo colombiano: prolongar uma proposta autoritária e retardatária ou construir uma proposta democrática para o bem da Colômbia”, disse Gaviria. Depois do encerramento das campanhas na praça pública, os candidatos, menos o presidente, participaram separadamente de um programa de perguntas e respostas no Canal Caracol.

 

Da Redação

Com agências.