Chávez: “EUA impedem paz mundial”

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou ontem a noite (23) que os Estados Unidos não permitem que haja paz no mundo. A acusação foi em resposta a mais recente crítica do presidente George W. Bush, que afirmou na segunda-

Chávez afirmou que "estamos muito preocupados porque seu governo imperialista e beligerante está erodindo perigosamente a possibilidade de paz e vida neste planeta". A Venezuela é o maior fornecedor de petróleo dos EUA e também é um dos principais críticos da invasão do Iraque liderada por Washington.


O governo Bush acusa o líder da Revolução Bolivariana de tentar desestabilizar a América Latina, já que bate de frente justamente com seus interesses na região. Chávez já denunciou por diversas vezes ações da Casa Branca e da sua embaixada no país conjuntas com a oposição a seu governo que planejam derrubá-lo. Os Estados Unidos apoiaram o golpe de Estado em abril de 2002.


"Os EUA têm hoje um governo contra o seu próprio povo e contra os povos do mundo. É um governo antidemocrático", disse Chávez em um ato de lançamento dos 17 distritos sociais petrolíferos e gasíferos do país, realizado no Teatro Teresa Carreño. “Eles chamaram o século 20 de 'Século Americano'. Ótimo. O século 21 será chamado de o século que viu o fim do Império Norte-americano", declarou.


O presidente boliviano, Evo Morales, nacionalizou a indústria de energia do país no dia 1º de maio irritando os investidores internacionais no país. Junto com Chávez, eles têm liderado um movimento pelo rápido fortalecimento do processo de integração latino-americano, que integra ainda Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Assim como Colômbia, Peru e México, que são atualmente são dirigidos por governos de direita. O presidente cubano Fidel Castro também têm contribuído com a aliança antiimperialista.


Os EUA anunciaram neste mês que não vão mais vender armas para a Venezuela acusando o país de não cooperar com o combate ao terrorismo. A antiga falácia e pretexto para o império impor sua política bélica.


Passos largos


No ato de ontem, Chávez reafirmou a necessidade e a importância da integração regional. Ele ainda comentou que na noite de ontem (23) conversou por telefone com seus colegas brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Bolívia, Evo Morales.


Sobre os avanços na unidade da região, o presidente venezuelano destacou que estão em processo os passos legais necessários para a entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul, já aceito em 2005 pelos estados membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Ele também reiterou que a separação da Venezuela da Comunidade Andina (agora de quatro membros: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) e do Grupo dos Três (que formava com México e Colômbia) obedece ao conceito de integração que tem o país, “totalmente divorciado dos preceitos neoliberais do capitalismo”.


A “Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América” – que antes era chamada de Alternativa Bolivariana das Américas – representa a estratégia inscrita no conceito socialista de inclusão e respeito para o ser humano.


Distritos sociais


O objetivo dos distritos sociais lançados ontem em Caracas é, segundo o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, gerar o desenvolvimento sócio-econômico sustentável, que se reflita na qualidade de vida da população, a partir da exploração e do aproveitamento dos hidrocarbonetos líquidos e gasosos.


O Plano Siembra Petrolera destina 10% do orçamento, cerca de 60 bilhões de dólares, para os distritos sociais.


Da Redação,
Com agências.