Tendência é de redução de juros, diz Meirelles
O Brasil deve continuar a trajetória de manter sistematicamente a inflação dentro da meta do governo e a redução na taxa de juros real média, segundo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Publicado 05/06/2006 20:32
Ele destacou que "inflação na meta dá confiança aos investidores e à população de que todos não devem remarcar preços acima da meta fixada". Isso, segundo explicou, "porque a meta será cumprida, o que faz com que a taxa de juros caia em função do prêmio de risco cair". Ele respondeu aos empresários americanos que elogiaram a situação econômica do Brasil, mas afirmaram que se houvesse uma queda dos juros com estabilidade cambial, a relação de confiança poderia ser maior, elevando os investimentos no país.
Segundo informou o presidente do Banco Central, as reservas internacionais totais do Brasil, que somavam U$ 15,9 bilhões em 2003 e são hoje de U$ 64 bilhões, revelando a mudança ocorrida na economia brasileira. Do mesmo modo, a dívida externa brasileira que era de U$ 240 bilhões, se situa agora em pouco mais de U$ 160 bilhões, sendo que a dívida pública é de U$ 70 bilhões. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou nesta segunda-feira a existência de uma série de estudos do governo federal, além de um projeto de lei apresentado ao Congresso Nacional, para tornar mais moderna a legislação cambial brasileira.
Meirelles lembrou que, no ano passado, o Conselho Monetário Nacional já aprovou uma série de medidas da maior importância nessa direção. Segundo ele, o Brasil está crescendo, as exportações aumentando e as importações também. "O Brasil está aumentando sua força no mercado internacional e é importante que a legislação cambial se adeque a isso. E, evidentemente, esse é um trabalho que está sendo desenvolvido", afirmou.
Saldo comercial
Meirelles lembrou que o câmbio reage às forças de “mercado”. "Na medida em que crescem as exportações, cresce o saldo comercial, aumenta o ingresso de divisas no Brasil, e isso tem efeito no câmbio, além da melhora do risco-país versus a evolução dos riscos no mercado internacional etc. O importante é que nós estamos com um regime de câmbio flutuante, melhorando cada vez mais, trabalhando para modernizar ainda mais a legislação, de maneira que o mercado brasileiro possa refletir os fundamentos, corrigir os desequilíbrios e permitir que o Brasil cresça de forma sustentada", esclareceu.
De acordo com o presidente do Banco Central, o importante é que "o saldo comercial brasileiro está em um patamar como nunca houve na história, as exportações estão num patamar como nunca houve na história, e o mais importante ainda, a economia está crescendo com a criação de empregos". Meirelles confirmou a informação dada no mesmo evento pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, de que o governo estuda medidas para reduzir a volatilidade do câmbio e até para atender algumas demandas dos empresários, entre os quais investidores americanos.
Com agências