9º Concut: Renato Rabelo destaca atuação e prestígio da CSC

“Pelo tempo, pela persistência e prática, a CSC é a corrente que mais tem autoridade para cobrar autonomia, pluralidade e democratização na CUT”. A mensagem foi dada pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que parti

O encontro ocorreu a poucas horas da abertura do 9º Concut e reuniu 300 sindicalistas, segundo João Batista Lemos, coordenador nacional da CSC. Na opinião do dirigente, foi uma plenária “altamente positiva, que confirmou a unidade e o fortalecimento da atuação comunista no movimento sindical”.

A CSC concorre à presidência da CUT, na condição de segunda força da maior central sindical brasileira. Sob o lema “Por uma CUT autônoma, unitária e combativa”, seu candidato é Wagner Gomes, que foi saudado pela plenária. Atualmente, Wagner é vice-presidente da CUT.

Conjuntura política
Sede do congresso, o Anhembi reservou uma sala para cada corrente sindical que compõe a Central Única dos Trabalhadores. Do auditório da CSC, Renato Rabelo expôs a conjuntura política em meio à qual se dará a batalha eleitoral de 2006.

“É momento de um embate político de grande dimensão no país. O que está em jogo é a continuidade ou a ruptura de um esforço na aplicação de um projeto democrático e progressista, que, com Lula, apenas começou”, disse o presidente do PCdoB. A derrota, de acordo com Renato, seria o primeiro passo para a “volta das forças neoliberais e a retomada do governo medíocre de Fernando Henrique”.

Ao enfatizar o apoio à reeleição de Lula, o dirigente ressaltou que “não basta propor um segundo mandato simplesmente para repetir as coisas”. A grande questão é traçar as perspectivas para a construção de um novo projeto. “Precisamos de desenvolvimento mais forte, com distribuição de renda. Não se pode separar a justiça social do desenvolvimento”, afirmou.

A dureza da batalha
Em sua opinião, o governo Lula criou condições para o Brasil iniciar um novo ciclo desenvolvimentista. “O parâmetro para um segundo mandato deve ser esta gestão atual, e não um governo anterior”.

Renato cita, como exemplo, o setor energético — um dos triunfos do governo Lula, que investiu em infra-estrutura e promoveu a auto-suficiência nacional em petróleo. “Num país que tem tudo para ser uma potência energética, o Fernando Henrique conseguiu a proeza de chegar ao apagão”.

Apesar do favoritismo de Lula nas eleições de outubro, Renato faz um alerta: “Não podemos ter a ilusão de que a batalha está ganha. Não podemos subestimar essas forças revanchistas, que vêem o segundo mandato de Lula como uma excrescência”.

O papel da CSC

O apoio à reeleição faz parte de um projeto maior, diz Renato. “Além de pôr o Brasil na trilha segura do desenvolvimento, com crescimento acentuado, Lula é o único candidato capaz de avançar na integração da América do Sul.”

Também a CSC, segundo o dirigente, se destaca nessa perspectiva internacionalista. “A Corrente acabou alcançando grande prestígio e autoridade. Sua prática vai além do Brasil, levando em conta o interesse classista dos operários”.

De São Paulo,
André Cintra