Decisão isola candidatura Roseana Sarney

A resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) influencia diretamente na costura de alianças para as eleições majoritárias (governador e senador) e proporcionais (deputados estaduais e federais) no estado. O endur

A resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) influencia diretamente na costura de alianças para as eleições majoritárias (governador e senador) e proporcionais (deputados estaduais e federais) no estado. O endurecimento da verticalização teve o efeito de uma bomba na pré-candidatura da senadora Roseana Sarney (PFL). Isto porque acaba oficialmente o casamento político mais antigo do Maranhão entre o PFL e o PMDB. Com a obrigação de repetir nos estados a coligação nacional, inclusive os partidos que não lançarem candidato à Presidência da República, como o PMDB, a pré-candidata pefelista perderá o apoio formal dos peemedebistas e o tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. De quebra, será impossível a aliança majoritária com o PTB, o PP e o PV, que a exemplo do PMDB, não lançaram e não pretendem apoiar candidatos a presidente. Assim, a pefelista terá de refazer a chapa que tinha como pré-candidatos ao Senado e a vice-governador João Alberto (PMDB) e Pedro Fernandes (PTB), respectivamente, e lançar chapa puro sangue.
Para o pré-candidato do PDT, Jackson Lago, a decisão do TSE é indiferente. O partido deverá atender o desejo da maioria da cúpula nacional de lançar candidato próprio, o senador Cristóvam Buarque (DF). Com isso, já não poderia selar formalmente a aliança com o PSDB. Este, por sua vez, terá que lançar candidato próprio para fugir da aliança com o PFL local.
A situação mais cômoda é da coligação PSB, PT e PCdoB, encabeçada pelo ministro aposentado Edson Vidigal. Os três partidos praticamente fecharam aliança majoritária nacional e estadual.
Permanecerão inalteradas as pré-candidaturas de João Bentivi (Prona), Carlos Saturnino (Psol) e do PSTU. A disputa pelo Senado também terá pouca alteração permanecendo polarizada entre João Castelo (PSDB) e João Alberto (PMDB).
Os estragos são maiores no âmbito das alianças proporcionais. Os propalados chapões — à exceção do PSB, PT e PCdoB — previstos tanto pelos aliados da pré-candidata do PFL quanto pelos correligionários do pedetista estão praticamente descartados. A coligação proporcional PSDB e PDT, hoje, seria impossível. Assim como a chapa sonhada pelos sarneístas constituída por PMDB, PFL, PV e PTB. Os partidos que têm as maiores bancadas na Assembléia Legislativa — PDT, PSDB e PFL — disputarão as eleições isolados. No cenário atual, restará a coligação entre PTB, PV e PMDB para disputar as vagas de deputados estaduais e federais.
A decisão do TSE, no entanto, favorece os partidos nanicos. Por não terem candidatos a presidente eles poderão formar chapas capazes de eleger deputados estaduais e federais, algo raro na política maranhense.