TSE engessa coligações e emabaralha jogo eleitoral

A resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a uma consulta sobre coligações partidárias embaraçou o cenário político nacional e acentuou a confusão na linha de trabalho dos dirigentes partidários no estado. A nova orienta&c

A resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a uma consulta sobre coligações partidárias embaraçou o cenário político nacional e acentuou a confusão na linha de trabalho dos dirigentes partidários no estado. A nova orientação do TSE proíbe o partido que estiver fora da campanha presidencial de se aliar, nos estados, com siglas que apóiam candidatos. Ele só poderá se coligar com partidos que também estiverem excluídos da disputa nacional.
O principal atingido pela decisão é o PMDB, que até agora tendia a ficar fora da disputa presidencial. Dessa forma, ele teria plena liberdade para formar diferentes alianças nos estados, conforme as conveniências locais. A decisão deverá estimular o partido a aderir formalmente à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ou à de Geraldo Alckmin ou ainda a lançar candidato próprio a presidente.
Outra novidade adotada ontem pelo tribunal, também no sentido de tornar a regra da verticalização mais dura, é que, se quatro partidos se coligarem na disputa presidencial, terão de repetir essa aliança em cada Estado ou cada partido terá de disputar a eleição estadual isoladamente.
Líderes políticos maranhenses ficaram surpresos com a decisão do TSE. As coligações até então arquitetadas estão ameaçadas de ruírem. “Estamos diante de um samba do crioulo doido”, declarou o deputado estadual Aderson Lago (PSDB). Para ele, a decisão é ilegal. O tucano entende que a resposta estaciona em nível administrativo, não tendo o mesmo efeito de uma resolução. Fora do prazo, que findou no mês de março, o TSE não tem mais como baixar qualquer resolução sobre o assunto
O deputado estadual Julião Amin também se surpreendeu. Ele anunciou que o PDT maranhense que integrava a Frente de Libertação do Maranhão com número significativo de legendas, deverá aguardar a decisão nacional para somente assim proceder as alianças no estado.
Como ficará na prática as coligações em âmbito estadual é tarefa muito complexa. O cenário projetado pela consulta se aplica às mais variadas legendas que se coligam com vistas à disputa eleitoral nas urnas em outubro. Com cinco candidatos já praticamente definidos, mesmo que não haja modificação dos nomes já apresentados, a composição das chapas deverão apresentar outra formação.
Antes do endurecimento da verticalização pelo TSE, estava certa que o PDT se coligaria com o PSDB, que até ontem tinha sua trajetória entrelaçada com o PFL na eleição para presidente. Pós consulta, os tucanos estudam com acuidade essa coligação, com vistas a melhorar a performance nos estados.
Sem problemas para o PDT, resta o PL do deputado federal Remi Trinta. Pelo lado do PSDB, a cautela tem sido norma. Embora tenham marcado para o próximo domingo na cidade mineira de Tiradentes a convenção nacional, que definirá a marcha em direção às urnas, os tucanos podem seguir o mesmo caminho dos outros partidos e optar pelo adiamento.
Da mesma forma, o PTB, partido que nacionalmente corteja o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca caminhos mais claros para percorrer. O partido possui cota na esplanada dos ministérios petista e pelo que tudo indica pretende manter a mesma cota, ou ampliá-la. Na noite de ontem, líderes nacionais do PTB, entre eles o deputado federal Pedro Fernandes, cotado para vice na chapa encabeçada por Roseana Sarney (PFL), se reuniram para tratar do assunto.
A resposta do TSE também foi mote de reunião do PMDB realizada em São Luís. Mergulhado ainda no mar dúvidas sobre candidatura própria e outras crises, os peemedebistas no Maranhão tem predileção natural pelo PFL. Impedidos de manter essa coligação branca, agora estão à deriva. Sem nomes projetados, é impossível ver a legenda concorrendo com chapa majoritária nas eleições estaduais.
O pré-candidato Edson Vidigal, filiado ao PSB e que concorrerá numa coligação reunindo o PT e o PCdoB, deve ser único inabalável diante da nova interpretação do TSE. Afinal, no âmbito nacional a coligação entre as três legendas são favas contadas mesmo antes da definição da verticalização como regra prevalecendo para este ano.
Entre as legendas menores, como o PSTU e Psol, a situação não apresenta a mesma complexidade. Como a escolha entre os dois partidos está praticamente acertada, tendo como cabeça da chapa o professor universitário Salustiano, do PSOL, não há nenhum fator de complicação entre os esquerdistas. Resta somente uma definição sobre o ingresso do PCB na coligação que tem como previdenciável a ex-petista, senadora Heloísa Helena (AL). Livre de conturbações também se encontra o Prona, sem coligação no momento, o médico João Bentivi, da incipiente Frentinha.